Os generais Fernando Verplaetsen (à direita) e Omar Riveros durante julgamento por crimes contra a humanidade na Argentina; Verplaetsen insultou promotor ao ouvir acusações.
O general reformado Fernando Verplaetsen xingou nesta quarta-feira (4) um promotor durante seu julgamento por crimes contra a humanidade, ocorridos na época da ditadura militar argentina.
Quando o promotor Pablo Llonto quando citava os crimes do general, Verplaetsen disse:
''Filho da p*, vai à p* que te pariu",
O juiz repreendeu Verplaetsen, de 84 anos, que fingiu não entender o que ocorria:
''Não sei a quem devo me dirigir (...), não ouço, não ouço''.
Verplaetsen foi o temido chefe de inteligência do quartel de Campo de Mayo, um dos maiores campos de prisioneiros da ditadura argentina (1976-1983), onde também funcionou uma maternidade clandestina.
Além de atuar no Campo de Mayo, Verplaetsen chefiou a polícia de Buenos Aires e, anos depois, presidiu a Associação da Unidade Argentina (Aunar), que 15 anos após a volta da democracia, em 1983, seguia afirmando que a "luta contra a subversão foi saudável e patriótica".
O último presidente da ditadura argentina, general Reynaldo Bignone, também é réu nesse mesmo julgamento.
Além Bignone Verplaetsen, são julgados os ex-generais Santiago Riveros, Eugenio Guañabens Perelló, Carlos Tepedino, Jorge García e Germán Montenegro, por 56 mortes ocorridas no Campo de Mayo.
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