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Governo de transição é única saída viável no Egito, dizem analistas

Governo de transição é única saída viável no Egito, dizem analistas

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:57

A única solução viável para a crise no Egito seria a criação de um governo de transição que inclua a oposição e não coloque em risco a estabilidade do país, afirmam especialistas ouvidos pela BBC Brasil.

Segundo o analista político egípcio Ziad Moussa, do Centro Al Ahram de Estudo Políticos e Estratégicos do Cairo, o país passa por um momento de indefinição sobre quem poderia assumir o poder no lugar do presidente Hosni Mubarak. Moussa também acredita que a oposição está claramente dividida entre as opções de uma transição gradual e outra imediata.

'As manifestações chegaram a um ponto em que não se sabe qual será o próximo passo. Se Mubarak sair, alguém com forte liderança teria que assumir para fazer essa transição e reformas políticas', disse Moussa por telefone.

Para ele, o Egito não pode permanecer imerso em indefinição por muito tempo: 'Há obrigações internacionais, há a economia e a vida cotidiana. Os protestos precisam ter uma ideia clara de para onde irão e sore que passos tomar. E precisam definir logo o que exatamente querem.'

O ativista e analista político Basem Fathy, diretor da Academia de Democracia Egípcia no Cairo, salientou que um levante pró-democracia é direito da população, mas deve ser feito com responsabilidade.

'O diálogo não deve ser abandonado, deve haver uma negociação para fazer uma transição gradual sob pena de vermos um endurecimento do atual governo e oposição.'

Especulação

Desde que os protestos começaram, no dia 25 de janeiro, para exigir a renúncia do presidente Mubarak, que está no poder há 30 anos, alguns nomes vem sendo levantados como possíveis sucessores de Mubarak. Nomes como o do ex-chefe da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU, Mohammed ElBaradei, e o do secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa.

'São nomes com perfis diferentes, mas que poderiam liderar um diálogo e formar um governo de união nacional que preparasse novas eleições e a reformulação da constituição do país', explicou Fathy.

Em seu discurso na noite da última terça-feira, Mubarak prometeu que não concorreria à reeleição no pleito marcado para setembro deste ano. Ele também declarou que iniciaria reformas políticas, econômicas e sociais no país.

Mas para Ziad Moussa, promessas de reformas já haviam sido feitas antes e 'não foram cumpridas'.

'O presidente Mubarak precisa negociar uma solução com a oposição, não impor uma. Sem isso, não haverá saída', salientou ele.

Fathy concorda, e afirma que o Egito 'importa mais que os líderes que querem poder'.

'Protestos apenas por protestos não levam a nada. Um plano de volta gradual à democracia e à normalidade institucional é a saída para o país', falou.    

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