As forças de segurança da Síria prenderam centenas de manifestantes de forma arbitrária desde que os protestos pró-democracia irromperam, há um mês,s e os sujeitaram a tortura e maus tratos, relatou a entidade de direitos humanos Human Rights Watch nesta sexta-feira (15).
As forças, que incluem a Al-mukhabarat (polícia secreta), também detiveram e torturaram ativistas de direitos humanos, escritores e jornalistas que relataram ou apoiaram os protestos contra o governo do presidente Bashar al-Assad, declarou a organização internacional sediada em Nova York.
"Não pode haver verdadeiras reformas na Síria se as forças de segurança abusam das pessoas impunemente", disse Joe Stork, vice-diretor para o Oriente Médio da entidade, em um comunicado.
"Ao silenciar aqueles que escrevem sobre os eventos, as autoridades sírias esperam esconder sua brutalidade. Mas a repressão a jornalistas e ativistas só ressalta seu comportamento criminoso", disse.
Manifestantes pró-governo vão às ruas de Damasco, capital da Síria, nesta sexta-feira (15) (Foto: AP)
O grupo disse que pelo menos sete jornalistas foram detidos.
Não houve comentários imediatos das autoridades sírias, que têm recebido críticas crescentes do Ocidente por usar a força para conter as manifestações que se espalharam por várias partes da Síria desde sua irrupção na cidade de Deraa, no sul, em 18 de março. Estima-se que 200 pessoas foram mortas.
A Human Rights Watch entrevistou 19 detidos libertados, incluindo três adolescentes. Com exceção de dois deles, todos disseram que agentes da mukhabarat os espancaram e que testemunharam dezenas de outros detidos sendo espancados ou ouviram gritos de pessoas sendo espancadas.
Novos protestos
Milhares de pessoas foram às ruas depois das orações de sexta-feira gritando 'liberdade' em Deraa.
"Manifestações começaram em todas as mesquitas da cidade, incluindo a mesquita Omari... O número de pessoas supera 10 mil manifestantes até o momento", disse o ativista à Reuters por telefone, de Deraa.
Segundo o ativista, não havia presença do Exército em Deraa desde a noite de quinta-feira, após uma reunião entre o presidente e líderes locais.
"O Exército não está dentro da cidade, há muitos oficiais de segurança aqui, mas não estão presentes nas ruas", afirmou. "ouve melhora desde a noite passada, mas as pessoas ainda não estão satisfeitas."
Ele disse que as pessoas estavam gritando: "Liberdade, liberdade, pacífica, pacífica."
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