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Grupo político sobre a Líbia vai se reunir na próxima semana no Qatar

Grupo político sobre a Líbia vai se reunir na próxima semana no Qatar

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:49

Um grupo internacional criado para liderar a coordenação política para a Líbia pós-Muammar Kadhafi vai se reunir em Doha, capital do Qatar, na próxima semana, afirmou o secretário de Relações Exteriores britânico, William Hague, nesta segunda-feira (4).

O grupo foi estabelecido na semana passada em uma conferência sobre a Líbia coordenada por Hague em Londres. A pequena nação árabe do Qatar tem desempenhado um papel importante na iniciativa internacional para proteger civis do governo do ditador sob os termos de uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU).

Hague afirmou que o Reino Unido poderá fornecer equipamentos de telecomunicações aos rebeldes que combatem o poder de Kadhafi, mas que não está proporcionando armas.

"Como eu expliquei à Casa (Parlamento) na semana passada nós não estamos envolvidos no armamento das forças de oposição", disse Hague.

"Nós estamos preparados para fornecer equipamento não-letal que vai ajudar na proteção de vidas de civis e para oferecer ajuda humanitária."     Hague afirmou ainda que ele vai incentivar o ex-ministro de Relações Exteriores líbio, Mussa Kussa, a colaborar com as autoridades legais que investigam o ataque a bomba de 1988 contra um voo em Lockerbie.

Koussa viajou à Grã-Bretanha na semana passada depois de renunciar ao governo.   Autoridades do governo britânico deveriam se reunir com a polícia escocesa ainda nesta segunda para tentar organizar uma entrevista com Koussa sobre Lockerbie.

Familiares de algumas das 270 pessoas que morreram quando o avião que fazia o voo 103 da Pan Am explodiu em 1988 sobre Lockerbie, cidade ao sul da Escócia, reivindicaram que Kussa -- ex-chefe de espionagem da Líbia -- deve ser entregue imediatamente a investigadores escoceses.

Confrontos em Brega

Nesta segunda, forças leais e rebeldes combatiam perto do porto petroleiro de Brega, a 800 km a leste de Trípoli, provocando a fuga de centenas de famílias.

"Bombardeiam o centro da cidade. Ninguém nos protege", disse à France Presse uma mulher beduína. "Os soldados de Kadhafi atiram contra todos que saem na rua. Não há mais água nem eletricidade", disse o marido dela. Os rebeldes conseguiram aproximar-se da cidade, mas foram rejeitados pela artilharia pesada das forças de Kadhafi, mais bem armados e organizados que os insurgentes, e que não cedem terreno apesar dos bombardeios da Otan desde 19 de março.

No plano político, Kadhafi sofreu no domingo um novo revés político e diplomático com a renúncia de um de seus principais conselheiros, Ali Tikri, ex-ministro das Relações Exteriores e de Relações Africanas, que também representou a Líbia nas Nações Unidas e na França.

Esse novo golpe para Kadhafi, cada vez mais isolado, ocorreu no momento em que se noticiava que ao menos dois dos filhos de Kadhafi estariam propondo uma transição à democracia constitucional que incluiria a saída do poder de seu pai, informou na noite de domingo o jornal "New York Times".

Citando um diplomata que não quis se identificar e um alto funcionário líbio que estão a par do plano, o jornal informou que a transição seria conduzida por um dos filhos de Kadhafi, Seif al Islam el Kadhafi.

Na segunda-feira, o Conselho Nacional de Transição (CNT), que representa os rebeldes, rejeitou "totalmente" a ideia, como já havia feito anteriormente.

"Isso é totalmente rejeitado pelo Conselho", disse na segunda-feira o porta-voz do CNT, Shamsedin Abdulmelah, em Benghazi, reduto rebelde no leste da Líbia.

Não se sabe se o coronel Kadhafi, 68 anos, está de acordo com a proposta apoiada por seus filhos Seif e Saadi, ressaltou o jornal.

Por outro lado, em um novo revés diplomático para o regime, a Itália reconheceu na segunda-feira o CNT como "único interlocutor legítimo", segundo disse o ministro italiano de Relações Exteriores, Franco Frattini.

Já o vice-ministro de Relações Exteriores líbio, Abdelati Obeidi, enviado do governo de Kadhafi a Atenas, reuniu-se com o primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou.

O regime de Kadhafi "busca uma solução" na Líbia, indicou o ministro grego de Relações Exteriores, Dimitris Droutsas, depois do encontro, realizado em Atenas, de onde o emissário líbio dirigia-se à Turquia.

Essa gestão foi desqualificada pelo governo italiano. "O regime de Trípoli está enviando pessoas para a Grécia para fazer propostas. Essas propostas não são confiáveis. Não é possível aceitá-las", disse o ministro Frattini, depois de se reunir em Roma com o enviado do CNT opositor líbio.      

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