O movimento islamita palestino Hamas, que governa a Faixa de Gaza, anunciou nesta quarta-feira (28) que se nega a organizar as eleições gerais convocadas pela Autoridade Palestina para 24 de janeiro.
''O ministério pedirá contas a todas as pessoas envolvidas nessas eleições'', ameaçou o ministério do Interior do governo do Hamas em um comunicado.
O ministério diz ''rejeitar a celebração de eleições na Faixa de Gaza porque foram convocadas por quem não tem poder fazer tal anúncio'', em referência ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.
Na sexta-feira passada, Abbas convocou eleições presidenciais e legislativas para 24 de janeiro de 2010 no conjunto dos territórios palestinos:
''O povo palestino está convocado para eleições presidenciais e legislativas em Jerusalém, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, que serão realizadas no domingo, dia 24 de janeiro. O presidente e os membros da comissão eleitoral central, e todas as partes envolvidas estão convocados a aplicar as disposições do decreto''.
O Hamas, que controla a Faixa de Gaza, rejeitou a decisão de Abbas, afirmando que a convocação de eleições é ''ilegal e inconstitucional''.
Segundo o Hamas, o decreto é um ''duro golpe para os esforços egípcios'' visando à reconciliação palestina.
Pela Constituição palestina, Abbas deve proclamar a data das eleições gerais três meses antes de sua realização. Em 24 de janeiro de 2010 termina o mandato de quatro anos do Conselho Legislativo Palestino (CLP, Parlamento da Autoridade Palestina), eleito em 2006.
O Hamas derrotou nas eleições de 2006 seu principal adversário, o Fatah, dirigido por Abbas.
O presidente palestino, eleito em janeiro de 2005, concluiria seu mandato em janeiro de 2009, mas teve a missão prorrogada por um ano pela Autoridade Palestina em virtude da lei que determina a realização das eleições legislativas e presidenciais simultaneamente.
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