Uma década após o referendo que deu independência a Timor Leste, antes controlado por Portugal e depois pela Indonésia, a cultura de impunidade ainda impera no país, avalia a Anistia Internacional em um relatório divulgado na quinta-feira, 27 de agosto.
A organização afirma que pediu ao Conselho de Segurança da ONU o estabelecimento de um Tribunal Penal Internacional para julgar os crimes cometidos na época do referendo de 1999 e dos 24 anos anteriores, em que a Indonésia ocupou o país.
O relatório, baseado em uma missão enviada a Timor em junho, descreve como a maioria dos crimes cometidos no período de 1975 a 1999 nunca foi analisada no país e nem na Indonésia.
"Apesar do apoio nacional e internacional para iniciativas da Justiça, os timorenses continuam negando reparações. Em 1999, militares indonésios com suas milícias anti-independência, mataram mais de mil timorenses a céu aberto mas ninguém foi nunca responsabilizado por isso", afirmou Donna Guest, diretora-adjunta da organização, em um texto publicado no site do grupo.
10 anos de independência
Em 30 de agosto de 1999, os timorenses votaram em massa a favor da independência da Indonésia em um referendo supervisionado pela ONU. Pelo menos 1.200 pessoas morreram nos dias que se seguiram à votação, numa retaliação conduzida principalmente pelas milícias apoiadas pelo Exército indonésio.
Para colocar fim às matanças, tropas de uma Força Internacional para o Timor Leste, comandada pela Austrália, foram enviadas à região em setembro.
Em 2007, eleições deram a José Ramos-Horta a Presidência do país. No ano passado ele foi atingido por tiros em um atentado - mas se recuperou bem.
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