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Iraque: Em um país envolto em problemas, fumantes são novo alvo

Iraque: Em um país envolto em problemas, fumantes são novo alvo

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:43

Em um país onde a energia cai várias vezes ao dia, onde encher um tanque de gasolina pode levar horas e motoristas percorrem engarrafamentos aparentemente intermináveis, o tabagismo é uma coisa que parece maravilhosamente fácil.

Um maço de cigarros custa algo como US$ 0,25. Eles são vendidos em barracas montadas com poucos tijolos de barro ao longo das estradas, mesas de jogo colocadas nas calçadas da cidade e em inúmeras lojas em toda Bagdá. E você pode acender um cigarro em qualquer lugar que queira, dos ônibus aos elevadores e hospitais. Mesmo (ou especialmente) no interior do Parlamento iraquiano.         Mas seguindo o exemplo de dezenas de cidades ocidentais, os legisladores iraquianos agora querem colocar o tabagismo à margem da vida pública do país, para a frustração de muitos de seus eleitores.

No domingo, eles irão considerar uma lei que vai proibir o fumo em escolas, universidades, órgãos governamentais e uma série de empresas privadas, incluindo restaurantes e cafés.

Os outdoors de publicidade de cigarros, que tomam conta dos bairros comerciais de Bagdá, seriam proibidos. E as companhias fabricantes de cigarros seriam obrigadas a imprimir etiquetas de advertência mais rigorosas. "Essa é uma questão importante", disse Jawad al-Bazouni, membro do Comitê de Saúde do Parlamento, que está pedindo as restrições. "O cidadão poderá reclamar para o fumante. Ele vai ter a lei do seu lado, e isso será refletido na saúde pública".     Tempo perdido

Mas alguns iraquianos dizem que o esforço do Parlamento é um desperdício de tempo quixotesco para um país que está cheio de problemas mais importantes, como decidir se as tropas dos Estados Unidos devem ser autorizadas a permanecer além do prazo de retirada estabelecido para janeiro.     As perspectivas de aprovação da proibição do tabaco são pouco conhecidas, na melhor das hipóteses.

Nos seis meses desde que facções rivais formaram um governo de coalizão, o Parlamento do Iraque aprovou cerca de 10 leis, nenhuma delas altamente controversa. Com elas, os líderes do Iraque moveram-se lentamente na resolução do estatuto da disputada cidade de Kirkuk, um prêmio rico em petróleo que é um dos maiores problemas que o Iraque enfrenta.

Eles não nomearam ministros para liderar as forças do Exército e da polícia, deixando um vácuo que alguns iraquianos culpam por um recente aumento nos assassinatos e outras formas de violência.

"Há questões mais importantes que devem ser pensadas", disse Aboud al-Dulaimi, que estava sentado com dois amigos fora de um bar onde se fuma o cachimbo de água no centro de Bagdá. "O governo precisa aprovar leis para servir o povo. Eles têm mais de 3 milhões de desempregados e ficam se preocupando com quem fuma?"      

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