O irmão de uma das vítimas do assassino em massa Anders Behring Breivik atirou um sapato contra ele no tribunal em Oslo, capital da Noruega, nesta sexta-feira (11), na primeira vez que o julgamento que já dura semanas foi interrompido por uma manifestação do público.
"Vá para o inferno, vá para o inferno, você matou o meu irmão", gritou o homem da segunda fileira da galeria pública que atirou o sapato em Breivik a poucos metros de distância, de acordo com o jornal VG em seu site.
O sapato não pegou em Breivik, mas atingiu sua advogada, Vibeke Hein Baera, que estava sentada mais próximo da galeria pública, durante a apresentação de um relatório de autópsia.
A polícia descreveu o homem como irmão de uma das vítimas de Breivik, mas o nome não estava imediatamente disponível.
O jornal "VG" informou que se trata de Hayder Mustafa Qasi, de 20 anos, que disse "ter feito a coisa certa".
Algumas pessoas na sala do tribunal aplaudiram e falaram "finalmente", enquanto outros começaram a chorar. A pessoa que arremessou o sapato foi removida pela polícia. O contingente policial foi reforçado na corte após o incidente.
"Se alguém quiser jogar alguma coisa, pode jogar em mim quando estiver entrando ou saindo do tribunal," afirmou Breivik, segundo a imprensa local, após o incidente. "Não joguem coisas em meus advogados."
O incidente ocorreu durante uma semana de depoimentos angustiantes de sobreviventes do massacre de Breivik na pequena ilha de Utoeya, em julho do ano passado, onde o Partido Trabalhista realizava um acampamento de jovens. Ele matou 69 pessoas lá, muitos deles adolescentes.
"Nós consideramos isso como uma explosão espontânea emocional que aconteceu no tribunal," disse à Reuters Rune Bjoersvik, oficial encarregado das operações policiais no tribunal.
"Ele (o atirador de sapatos) estava presente no tribunal e tinha se preparado emocionalmente para estar lá, mas as emoções tomaram conta, o que é compreensível. Nós gostaríamos que não tivesse acontecido, mas não consideramos isso uma violação dramática da segurança."
Breivik admitiu os assassinatos, mas nega responsabilidade criminal. Ele diz que estava defendendo a pureza étnica norueguesa da imigração muçulmana e do multiculturalismo apoiado pelo Partido Trabalhista.
Antes do julgamento, uma equipe de psiquiatras nomeada pelo tribunal concluiu que Breivik era psicótico, enquanto uma segunda considerou-o mentalmente capaz.
Breivik disse que deveria ser absolvido ou executado, chamando a perspectiva de uma pena de prisão de "patética" e que uma decisão do tribunal alegando insanidade era "pior do que a morte".
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