Autoridades israelenses creem que mísseis avançados eram destinados a Hezbollah; esse foi o 2º ataque do ano de Israel para impedir entrega de armas a grupo militante libanês
Israel lançou um ataque aéreo na Síria tendo como alvo um carregamento de mísseis avançados que provavelmente era destinado ao grupo militante libanês Hezbollah, confirmaram neste sábado autoridades israelenses.
Esse foi o segundo ataque israelense deste ano contra a Síria e é a mais recente medida em seu esforço de longa data de impedir que o Hezbollah construa um arsenal capaz de defender-se da força aérea de Israel e de espalhar a destruição dentro do Estado judeu.
O bombardeio foi lançado enquanto os EUA consideram como responder a indicações de que o regime sírio pode ter usado armas químicas em sua sangrenta guerra civil. O presidente dos EUA, Barack Obama, descreveu o uso de tal armamento como uma \"linha vermelha\", e seu governo estuda quais são suas opções - incluindo uma possível ação militar.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, repetidamente alertou que Israel estaria preparado para lançar uma ação militar se armas químicas ou outros tipos de armamentos que pudessem alterar o equilíbrio de poder com o Hezbollah chegassem às mãos do grupo militante islâmico.
As autoridades isralenses disseram que o ataque ocorreu na madrugada de sexta-feira e tinha como objetivo armas sofisticadas, mas não armamento químico. De acordo com uma autoridade, o carregamento era de avançados mísseis de longo alcance terra-terra. Eles não informaram onde o ataque foi lançado, ou se a Força Aérea realizou a ação do espaço aéreo libanês ou sírio. Previamente, autoridades americanas haviam confirmado o bombardeio, mas apenas dizendo que ele parecia ter atingido um depósito.
O ministro assistente de Informação da Síria, Khalaf Muftah, disse à TV Manar, do Hezbollah, que \"não tinha nenhuma informação sobre uma agressão\", afirmando que relatos de um ataque aéreo israelense \"surgem no âmbito da guerra psicológica em preparação para uma intervenção contra a Síria\". O Hezbollah rejeitou fazer comentários.
Israel tem observado com cuidado a guerra civil síria, que em várias ocasiões repercutiu em suas fronteiras, assim como de outros países vizinhos, incluindo Turquia, Líbano e Iraque. O Estado judeu está particularmente preocupado que os estoques de armas químicas do regime sejam transferidos para o Hezbollah ou caiam nas mãos de extremistas islâmicos que lutam do lado dos rebeldes.
Preocupações sobre as armas químicas sírias aumentaram em semanas recentes, em meio a crescentes indicações de que o regime de Assad pode tê-las utilizado contra os rebeldes que tentam depor o governo.
Os EUA disseram que informações de inteligência indicam que o governo sírio provavelmente usou o mortífero gás neurológico sarin em ao menos duas ocasiões, ecoando análises prévias do Reino Unido, França e Israel. Obama caracterizou o uso de tais armas como uma "mudança de jogo\" que traria \"enormes consequências\", mas disse que precisa de provas mais definitivas antes de tomar uma decisão de como responder - e se adotará ação militar.
Parece haver pouco impulso no momento para uma intervenção direta, e Obama disse na sexta que não antevê um cenário em que os EUA enviarão soldados à Síria. Em vez disso, o secretário de Defesa americano, Chuck Hagel, disse na quinta que Washington repensa sua oposição a armar os rebeldes sírios. Até agora os EUA descartaram armar os rebeldes, temendo que elas acabem nas mãos de grupos vinculados à Al-Qaeda ou outros extremistas que lutam com os rebeldes.
O ataque de sexta e outro lançado em janeiro se seguem a décadas de inimizade entre Israel e os aliados Síria e Hezbollah, que consideram o Estado judeu como seu inimigo mortal. A situação ficou ainda mais complicada com a guerra civil síria, que está consumindo o Exército de Assad e ameaça privar o Hezbollah de seu principal aliado, além de seu corredor terrestre para o Irã. Os dois países fornecem ao Hezbollah dinheiro e armas.
*Com AP
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