A investigação pública sobre o escândalo das escutas telefônicas no Reino Unido começou oficialmente nesta quinta-feira (28), e as primeiras audiências serão feitas em setembro, anunciou o juiz Brian Leveson.
A comissão terá um prazo de um ano para fazer recomendações e vai analisar em primeiro lugar a legislação relativa aos meios de comunicação e a proteção à vida privada.
"Haverá um debate sobre os limites da noção de interesse público", disse o juiz.
Além de Leveson, a comissão tem seis integrantes -um militante pró-direitos humanos, um policial, um ex-chefe de comissão de comunicações, dois jornalistas e um ex-presidente do "Financial Times".
Os membros da comissão deverão prestar contas de seus eventuais vínculos com o grupo Murdoch, cujo tabloide "News of the World" está no coração do escândalo.
A comissão terá plenos poderes para convocar testemunhas, que falarão sob juramento.
A partir de outubro serão organizadas mesas redondas sobre ética e as práticas da mídia.
A comissão deve também formular recomendações para delimitar melhor as práticas da imprensa, hoje autorregulada por uma comissão reconhecidamente ineficiente, a Press Complaints Commission.
O escândalo, que alcançou proporçõs sem precedentes desde a revelação, em 4 de julho, que a caixa de mensagens de voz de uma menina assassinada, Milly Dowler, foi pirateada, atinge também o mundo político, a polícia e a imprensa britânicas.
Altos dirigentes da Scotland Yard se viram obrigados a renunciar, entre eles o chefe da força.
A polícia é acusada de ter abafado a primeira investigação iniciada em 2006 e de ter mantido vínculos estreitos com o grupo do magnata Rupert Murdoch.
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