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Kadhafi promete 'enfiar dedos nos olhos' de adversários na Líbia

Kadhafi promete 'enfiar dedos nos olhos' de adversários na Líbia

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:53

O ditador da Líbia , Muammar Kadhafi, disse em discurso nesta quarta-feira (2) que o poder em seu país "não é do governo" nem dele, mas "do povo", e manteve o tom de desafio que ostenta desde o início da rebelião popular contra seu contestado governo.

O coronel também afirmou que vai "enfiar os dedos nos olhos" de quem desafiar o "poder do povo" na Líbia.

Ele disse também que "milhares de líbios morrerão" se os EUA ou outra potência internacional entrarem na Líbia, e garantiu estar disposto a negociar mudanças constitucionais sem violência.

Falando a partidários, com transmissão ao vivo pela TV estatal, Kadhafi afirmou que o mundo "não entende" o sistema líbio de democracia direta, explicado em seu " Livro Verde ", espécie de Constituição informal do governo, no poder desde uma revolução em 1969.     "Desde 1977, é o povo líbio que exerce o poder", disse Kadhafi no longo discurso.

O coronel também afirmou que "não é presidente" e, portanto, não pode renunciar ao seu cargo.

"Muammar Kadhafi não é um presidente para renunciar, ele não tem um Parlamento para dissolver", disse. "O sistema líbio é um sistema do povo e ninguém pode ir contra a autoridade do povo...O povo é livre para escolher a autoridade que lhe convém."     Al-Qaeda

O ditador também negou que a Líbia rebelada enfrente "problemas internos", disse que não há confrontos em Benghazi e voltou a culpar a rede terrorista da al-Qaeda pela agitação no país.

"Células adormecidas da Al-Qaeda, seus elementos, se infiltraram gradualmente... Eles acreditam que o mundo é deles, lutam em qualquer lugar, os serviços de inteligência os conhecem pelo nome, acusou.     Kadhafi também minimizou o número de mortos pela repressão aos 16 dias de protestos, dizendo agora que eles seriam "cerca de 150".

Organizações ocidentais de direitos humanos acreditam que pelo menos 2.000 pessoas tenham morrido nos confrontos.

Kadhafi também pediu que a ONU e a Otan investiguem os fatos na Líbia e disse que há uma "conspiração" tramada no exterior para colonizar o país e tomar posse de seu petróleo. Ele afirmou também que as Nações Unidas estão tomando decisões baseados em falsos relatos.

Petróleo

Ele ameaçou substituir as companhias petroleiras ocidentais que operam no país por sociedades da Índia e China.

"Morreremos todos para defender o petróleo, e aqueles que ameaçarem nosso petróleo devem compreender isso", afirmou, completando que a produção petroleira do país se encontra em seu nível mais baixo por causa da saída dos funcionários estrangeiros das companhias petroleiras depois do início da rebelião.

Sangue

O ditador reiterou que suas forças vão "combater até a última gota de sangue" para proteger a Líbia.     Kadhafi disse que o congelamento de bens do governo líbio no exterior é "ursupação e roubo do dinheiro do povo".

Ele também prometeu uma anistia a "todos os rebeldes que abandonarem suas armas e voltarem a seus lares.

Antes da fala, a TV estatal mostrou imagens do ditador durante uma festa política na capital, Trípoli, na qual ele apareceu cercado de apoiadores que gritavam slogans a seu favor.

A cerimônia celebrava o 34º aniversário da instauração do "poder das massas" na Líbia, informou a emissora estatal.

"Você sempre será grande", disseram os manifestantes.

Antes do discurso, Kadhafi e os manifestantes cantaram o hino nacional.

Confrontos

A aparição ocorre em meio a contraditórios relatos de confrontos pelo país, com forças leais ao governo tentando retomar o controle de cidades no poder dos rebeldes antigoverno .

As tropas do governo chegaram a capturar Marsa El Brega, um terminal de exportação de petróleo, mas depois foram rechaçadas pelas forças de oposição que há cerca de uma semana controlam a cidade, 800 quilômetros a leste de Trípoli, segundo representantes dos rebeldes.

O ataque parece ser a operação militar mais significativa do govenro desde o início da revolta.

Os rebeldes disseram que pretendem pedir ajuda militar estrangeira. "Nós provavelmente iremos pedir ajuda externa, possivelmente bombardeios aéreos em locais estratégicos, para colocar o prego no caixão dele", disse à agência Reuters Mustafa Gheriani, porta-voz da coalizão rebelde 17 de Fevereiro. Há relatos ainda de confrontos próximo a Trípoli .

Também crescem as pressões diplomáticas e militares sobre o ditador, no poder desde 1969.      

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