O supremo líder iraniano, Ali Khamenei, pediu nesta quarta-feira a todos os muçulmanos que lutem contra o "terrorismo cego e feroz" dos Estados Unidos e do Reino Unido, aos que acusou de estar por trás do duplo atentado suicida que este mês deixou 28 mortos em uma mesquita xiita.
"Em nossa região, o terrorismo cego e feroz procede das políticas diabólicas dos Estados Unidos e do Reino Unido e de seus mercenários", afirmou o aitolá Khamenei em um comunicado difundido no sétimo dia de luto pelos mortos na mesquita.
"Convocamos todos os muçulmanos a enfrentar e combater a este diabólico e sinistro fruto da corrupção na terra e da guerra contra Deus", afirmou em discurso transmitido pela tv estatal iraniana.
O duplo atentado de 15 de julho, que também deixou mais de 250 feridos, foi cometido contra a mesquita Jamia, em Zahedan. O atentado foi reivindicado o grupo sunita extremista Yundallah, que afirmou que ia dirigido contra a Guarda Revolucionária, milícia ideológica do regime.
Os países ocidentais, incluindo os Estados Unidos, condenaram o duplo atentado.
Teerã afirma com frequência que os serviços secretos americanos, israelenses, britânicos e paquistaneses treinam e equipam o Yundallah para desestabilizar o governo iraniano.
Os rebeldes do Yundallah são sunitas da etnia baluche que lutam há uma década contra o poder central iraniano.
ACUSAÇÕES
Ainda na semana passa o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, acusou as forças americanas, presentes no Afeganistão e no Paquistão, de fomentar atentados como o duplo ataque suicida ocorrido no Sudeste do Irã, segundo a agência de notícias Irna.
"Se (o presidente americano, Barack) Obama, não está a par do que fazem as forças de seu país, dizemos a ele que as forças americanas baseadas no Afeganistão e no Paquistão apoiam semelhantes atos", disse Ahmadinejad, durante uma reunião governamental sobre os atentados que atingiram a cidade de Zahedan na quinta-feira.
Ahmadinejad afirmou que as forças americanas e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) financiam as ações dos "terroristas" e lhes fornecem material para lançar esses ataques contra o Irã, segundo a Irna.
"Apesar desse apoio, o presidente americano enviou uma mensagem de pêsames" após o atentado de quinta-feira, completou.
O presidente conservador afirmou também que Islamabad era "responsável" por tais atos.
"Somos amigos do Paquistão e estamos do seu lado, mas em todo caso, o governo desse país deve ser considerado responsável", completou.
Dois ataques suicidas mataram ao menos 28 pessoas e deixaram centenas de feridos, segundo um último balanço, ao se explodirem perto de uma mesquita xiita em Zahedan, capital da província de Sistão-Baluchistão.
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