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Membros da Irmandade Muçulmana são presos no Egito

Membros da Irmandade Muçulmana são presos no Egito

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:58

Ao menos sete membros do grupo da Irmandade Muçulmana foram presos nesta sexta-feira (28) no Cairo, capital do Egito, horas antes dos protestos políticos convocados para depois das orações do meio-dia.

Algumas das detenções ocorreram na sede da organização política, que mesmo sendo considerada ilegal é de certa forma tolerada pelo regime de Hosni Mubarak, no poder há 30 anos. Outros dirigentes chegaram a ser detidos em suas próprias casas.

A Irmandade Muçulmana iniciou na quinta-feira (27) apoio aos protestos públicos que eclodiram na última terça-feira (25) contra a liderança de Mubarak. Espera-se que hoje, dia festivo no mundo árabe, as manifestações convocadas tomem grandes proporções.

A organização muçulmana desempenha bastante influência religiosa na sociedade e na política egípcia.

Internet restrita

A internet no Egito sofreu uma interrupção às vésperas do que pode ser o quarto dia de violentos protestos pela renúncia do presidente Hosni Mubarak.

Um dos maiores provedores da rede no país, Seabone, baseado na Itália, informou nesta sexta que não há transmissão de dados para dentro ou fora do Egito desde as 00h30 no horário local (20h30 de Brasília), informa a agência de notícias Associated Press.

Repórteres de diversos meios de comunicação do país e blogueiros também relatam sobre o corte no serviço.

As redes sociais têm sido um dos principais meios usados pelos manifestantes para convocar os protestos.     A informação também tem se espalhado pela rede por meio de sites dedicados ao mundo árabe ao redor do mundo. O blog “The Arabist”, citado pelo site americano Huffington Post, afirma que diversos servidores teriam sido afetados.

“Acabei de receber uma ligação de um amigo no Cairo (do qual não posso citar o nome porque é um importante ativista) me dizendo que nenhum dos seus serviços de internet está funcionando. Chequei com outros dois amigos em diferentes partes da cidades, que confirmaram que a rede não está funcionando”, relata o autor.     Pelo Twitter, repórteres que estão no país também relataram a interrupção na rede. “Sem internet, sem SMS, qual será o próximo? Celulares e telefones fixos? É demais para a estabilidade”, postou o reporter da rede CNN, Ben Wedeman.

El Baradei

Policiais enfrentaram manifestantes na quinta-feira em duas cidades do leste do Egito, e o político reformista Mohamed El Baradei, Prêmio Nobel da Paz, regressou ao país para aderir a um grande protesto previsto para esta sexta-feira contra o regime de Mubarak.

Em sinal de que o desafio a governos autoritários está se espalhando pela África e o Oriente Médio, policiais também entraram em confronto com manifestantes no Iêmen e no Gabão.     Em Suez, no leste do Egito, policiais usaram balas de borracha, gás lacrimogêneo e jatos de água contra centenas de manifestantes que exigem a renúncia de Mubarak, no poder há 30 anos. Os participantes do protesto atiraram pedras e bombas incendiárias contra as barreiras policiais. Houve confrontos também em Ismailia, outra cidade do leste egípcio.

Pelo Facebook, os organizadores convocaram protestos ainda maiores para sexta-feira, dia que é parte do fim de semana egípcio. Pelo menos mil pessoas foram detidas no Egito desde terça-feira.     "Vou participar", disse El Baradei ao embarcar para o Egito. Ele vive em Viena, onde até 2009 dirigiu a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU), cargo no qual recebeu o Nobel.

"Eu gostaria que não tivéssemos de sair às ruas para pressionar o regime a agir", disse El Baradei, ao defender a renúncia de Mubarak. "Ele serviu ao país por 30 anos, e é hora de que se aposente", afirmou.

El Baradei eventualmente é criticado no Egito por passar muito tempo fora do país, mas analistas dizem que ele pode servir como líder para o movimento de protesto. O canal de TV Al Arabiya informou, em um breve letreiro exibido na tela, que El Baradei se disse "pronto para assumir o poder durante um período transitório se as ruas exigirem isso."

EUA

A exemplo dos tunisianos, os egípcios se queixam do desemprego, da corrupção e do autoritarismo. Um funcionário do governo norte-americano disse que os protestos são 'uma grande oportunidade' para que Mubarak, um dos principais aliados dos EUA na região, promova reformas políticas.

O presidente Barack Obama afirmou em entrevista divulgada no site de vídeos YouTube nesta quinta-feira que a violência não é uma solução para o Egito, fazendo um apelo a governo e manifestantes à contenção.

Obama reiterou o pedido das autoridades americanas a que os manifestantes possam se exprimir livremente.

"O Egito é um dos nossos aliados sobre numerosas questões de importância", disse o presidente, lembrando que falou numerosas vezes com Hosni Moubarak sobre a importância extrema de realizar reformas no governo.    

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