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Mexicanos temem mais violência após morte de traficante

Mexicanos temem mais violência após morte de traficante

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:07

Para os mexicanos que vivem no fogo cruzado entre as duas maiores quadrilhas de traficantes do país, a morte de um chefe do Cartel do Golfo ameaça provocar ainda mais violência.

"Estamos com muito medo do que está por vir", disse Julio, funcionário de um lava-rápido na cidade de Matamoros, vizinha à fronteira com o estado norte-americano do Texas. "Esta já era uma zona de guerra e só irá piorar."

Ezequiel Cárdenas, também conhecido como Tony Tormenta, foi morto na semana passada por fuzileiros navais mexicanos, numa efêmera vitória do governo do presidente Felipe Calderón contra as quadrilhas que disputam as rotas de envio de drogas para os EUA.

Depois disso, intensificaram-se os bloqueios em estradas e os tiroteios realizados por traficantes em Matamoros e em outras cidades próximas, como Reynosa e Monterrey. Os Zetas, grupo rival ao Cartel do Golfo, pendurou cartazes ameaçadores nas principais avenidas dessas cidades.

Antonio Garza, chefe de polícia de Tamaulipas, Estado onde fica Matamoros, alertou para uma "psicose coletiva" desde que Cárdenas foi morto, na sexta-feira. Muitos moradores preferem ficar em casa, e escolas foram fechadas.

Na terça-feira, centenas de universitários foram dispensados após uma série de ameaças de bomba em Matamoros. Dez colégios haviam recebido alertas semelhantes na segunda-feira - todos falsos.

Desde o final de 2006, quando Calderón tomou posse e mobilizou as Forças Armadas contra o comércio de drogas, mais de 31 mil pessoas já foram mortas em incidentes ligados ao narcotráfico no México.

Cárdenas - irmão de Osiel Cárdenas, traficante extraditado para os EUA em 2007 - foi morto por granadas e metralhadoras depois de ser encurralado pelos militares numa casa no centro de Matamoros.

Fotos do seu cadáver não foram divulgadas. Jornalistas e fontes da Defesa Civil local afirmam que ele foi sepultado na segunda-feira na cidade, mas as autoridades não comentaram. Ele foi o quarto grande traficante a ser morto ou capturado desde dezembro passado.

Mas analistas anteveem mais violência, já que os Zetas - antes o braço armado do Cartel do Golfo, hoje um facção rival - tentam recuperar o controle sobre o tráfico em Reynosa e Matamoros.

"A morte de Tony Tormenta significa que os Zetas devem tentar recuperar a influência nessas regiões, e talvez mesmo realizar uma ofensiva total", disse a consultoria norte-americana de segurança Stratfor em relatório. "Como resultado, a violência na região deve disparar em curto prazo."

Fundado no final da década de 1990 por cerca de 40 militares desertores que se bandearam para o Cartel do Golfo, o grupo Zetas tem hoje cerca de 10 mil integrantes no México e na América Central, segundo estimativas de especialistas.

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