Quase 200 milicianos pró-Rússia ocuparam nesta quarta-feira (19) a sede da Marinha ucraniana em Sebastopol, na Crimeia, sem disparar um tiro, informou à AFP Serguii Bogdanov, porta-voz da Marinha de Kiev.
"São quase 200. Não estão armados e não atiraram contra nós", disse, segundo a France Presse. "Apesar de termos autorização para utilizar armas como meio de defesa, não fizemos isto e nem o faremos", completou.
Os milicianos anunciaram a captura do comandante do local, Serguei Gayduk. “Estava bloqueado e não tinha para onde ir. Foi forçado a sair e o levaram”, disse à imprensa Igor Yeskin, representante das tropas russas no local.
Oficiais ucranianos, desarmados e vestidos com roupas civis, começaram a deixar o prédo após o domínio do local por forças russas, segundo a Reuters.
Segundo a agência de notícias oficial russa Itar-Tass, os militantes hastearam três bandeiras russas na sede da Marinha ucraniana. Antes de entrar no local, eles protestaram diante do prédio e cortaram a cerca. As forças tomaram controle ao menos de uma parte da base, sem efetuar disparos.
Segundo a imprensa, os manifestantes propuseram aos soldados ucranianos que se rendessem e se unissem a eles ou abandonassem a base, a cidade de Sebastopol e a Crimeia.
O vice-almirante Aleksandr Vitko, comandante da Frota russa do Mar Negro, que se apresentou na base para negociar com seus comandantes, já deixou o lugar.
Esse foi o sinal mais claro até agora de que soldados russos, e as chamada unidades de "autodefesa" formadas na maioria por voluntários desarmados que apoiam os russos, começaram a tomar o controle de instalações militares ucranianas na península do mar Negro.
Ataques
A Ucrânia denunciou nesta terça que um suboficial de suas forças armadas morreu baleado por supostos soldados russos em uma base em Simferopol, um incidente no qual também ficou ferido um capitão ucraniano.
Segundo as autoridades da Crimeia, um membro das milícias russas de autodefesa morreu e outros dois foram feridos por disparos de franco-atiradores perto da mesma base militar ucraniana.
O presidente russo, Vladimir Putin, e dois líderes da Crimeia assinaram nesta terça-feira (18) um acordo para tornar a República Autônoma parte da Rússia - o tratato não foi reconhecido pela Ucrânia, nem pelo Ocidente.
O tratado de adesão da Crimeia foi assinado no Kremlin dois dias após o povo da Crimeia aprovar em um referendo a separação da Ucrânia e a reunificação com a Rússia. O referendo foi condenado por Kiev, pela União Europeia e pelos Estados Unidos, que o consideraram ilegítimo.
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