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Militares cedem, mas multidão segue na Praça Tahrir, no Egito

Militares cedem, mas multidão segue na Praça Tahrir, no Egito

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:20

Milhares de pessoas permaneciam nesta quarta-feira (23) na Praça Tahrir, no centro do Cairo, para exigir a saída dos militares do governo, apesar da promessa do marechal Hussein Tantawi de antecipar as eleições presidenciais e entregar o poder a um presidente eleito em 2012 .

Na terça-feira, o chefe de Estado de fato fez um discurso à nação e se comprometeu a organizar uma eleição presidencial até julho de 2012.

Também se declarou disposto a entregar o poder imediatamente após um referendo -o que foi interpretado, nas ruas, como uma maneira de ganhar tempo. Mas nesta quarta-feira, milhares de egípcios na Praça Tahrir afirmam não acreditar nas palavras do marechal, que foi ministro durante o antigo regime e que agora os manifestantes comparam ao presidente destituído Hosni Mubarak.

"Tantawi é uma cópia de Mubarak. É Mubarak com roupa militar", afirmou à AFP Ahmed Mamduh, um contador de 35 anos.

Tantawi foi ministro da defesa do regime Mubarak durante 20 anos.

Manifestante devolve granada de gás jogada pela polícia durante confronto próximo à Praça Tahrir, no Cairo, nesta quarta-feira (23) (Foto: AP)  

A determinação dos manifestantes, que já provocaram a renúncia do governo civil instalado pelo poder militar, permite imaginar uma disputa de longo prazo, a menos de uma semana das primeiras eleições legislativas desde a queda de Mubarak, que devem começar em 28 de novembro.

"Uma segunda revolução", afirma o jornal Al-Akbar na edição desta quarta-feira. "O mais perigoso que pode acontecer é a deterioração da relação entre o povo e o Exército", adverte o jornal.

ONU pede investigação

A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu nesta quarta uma investigação "rápida, imparcial e independente" sobre a morte de manifestantes no Egito.

"Peço às autoridades egípcias que interrompam o uso excessivo da força contra os manifestantes da Praça Tahrir e em outros lugares do país", disse Pillay.

Em um comunicado, a Alta Comissária destaca a necessidade de prestação de contas dos responsáveis pelos abusos e denuncia que vários manifestantes da Praça Tahrir foram "detidos arbitrariamente".

Os confrontos teriam deixado mais de 36 mortos e centenas de feridos desde seu início, no sábado.          

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