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Monitores apontam irregularidades em 2ª etapa de eleição no Egito

Monitores apontam irregularidades em 2ª etapa de eleição no Egito

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:19

Monitores independentes pediram nesta terça-feira (6) uma fiscalização mais rigorosa das eleições parlamentares do Egito , que está agora no segundo turno das eleições distritais, em que grupos islâmicos rivais tentam ampliar suas conquistas anteriores.

Os salafistas (islamistas mais radicais) conseguiram um surpreendente segundo lugar no primeiro turno da semana passada, atrás da bem organizada Irmandade Muçulmana. Essa é a primeira eleição livre no Egito em mais de seis décadas, e a primeira desde a rebelião popular que encerrou em fevereiro três décadas do governo de Hosni Mubarak.

Fiscal espera por eleitores em sessão de votação no Cairo, nesta terça (6) (Foto: Mohamed Abd El-Ghany / Reuters) A eleição terá ainda mais uma etapa, em janeiro, e o processo pode conferir aos políticos islamistas legitimidade para desafiar o domínio dos militares sobre o país. Sob pressão popular, a junta militar egípcia aceitou antecipar em seis meses a transferência do poder a um presidente civil, o que deve ocorrer em meados de 2012.

Mas os grupos islamistas não estão unidos, e dificilmente formarão uma coalizão parlamentar. Assim, os liberais terão espaço para participar do futuro governo e para influir no processo de redação de uma nova Constituição.

O Partido Al Nour (salafista) e o Partido Liberdade e Justiça (PLJ, da Irmandade) disputam cerca de metade das 52 vagas parlamentares a serem decididas na votação de segunda e terça-feira, em distritos onde nenhum candidato obteve mais de 50 por cento dos votos na primeira rodada.

Ao contrário do que ocorreu no primeiro turno, desta vez não há longas filas nas seções eleitorais. Mas a campanha de boca de urna, que é proibida, continua.

"Até agora, não vimos uma medida positiva para limitar esse fenômeno. Ele foi disseminado na primeira etapa, e deveria ter sumido no segundo turno, mas continua visível em frente às seções eleitorais", disse Tarek Zaghloul, gerente-executivo da Organização Egípcia de Direitos Humanos, que participa do monitoramento.

Ele observou também que os partidos estão usando slogans religiosos e disponibilizando ônibus para transportar eleitores - duas práticas proibidas.

As autoridades eleitorais admitiram as violações e prometeram agir, mas disseram que as irregularidades não afetaram a legitimidade do pleito. Monitores independentes fizeram uma avaliação semelhante.

Mas a comissão surpreendeu ao reduzir de 62 para 52 por cento a sua estimativa de comparecimento do eleitorado às urnas no primeiro turno.

Além disso, um tribunal anulou os resultados de um dos quatro distritos do Cairo, onde urnas haviam sido danificadas ou sumiram.

Pelo complexo sistema eleitoral egípcio, dois terços das 498 cadeiras parlamentares serão definidas de acordo com o voto em listas partidárias, e o restante sairá de disputas individuais nos distritos.

Dentro do espectro islâmico, há desde os radicais salafistas - que defendem a proibição do biquíni em praias frequentadas por estrangeiras e o fim da venda de bebidas alcoolicas - até centristas.

Na lista do PLJ, um quinto das vagas é ocupada por partidos minoritários, incluindo o liberal Al Ghad (Amanhã) e o esquerdista Karama (Dignidade).      

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