MENU

Mundo

Mundo pode refletir sobre igualdade com posse de Obama, diz presidente da Fundação Palmares

Mundo pode refletir sobre igualdade com posse de Obama, diz presidente da Fundação Palmares

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:31

Quando subiu as escadas do Lincoln Memorial em Washington, em 1963, para fazer seu mais famoso discurso - I have a dream (Eu tenho um sonho, na tradução literal) - o reverendo Martin Luther King Jr. não deve ter imaginado que 46 anos depois um negro assumiria a presidência do país. Segundo especialistas ouvidos pela Agência Brasil, Martin Luther King ficaria orgulhoso da vitória de Barack Obama.

"Obama é a maior vitória do movimento negro americano, é o fruto mais bem aprimorado da organização e mobilização dos negros", comenta o presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araujo. "Martin Luther King deve estar vibrando com Obama, onde quer que esteja", completou.

Segundo ele, o novo presidente dos Estados Unidos abre esperança para o mundo. "Os EUA, que foram um dos maiores estados a praticar a segregação racial, dão oportunidade para o mundo de refletir sobre igualdade", afirmou.

Araújo explicou que Obama na presidência traz diversas lições para o planeta, incluindo o Brasil. "Ele [Obama] só chegou à presidência porque estudou em excelentes faculdades graças a bolsas e ao sistema de cotas". Obama cursou direito na Universidade de Harvard, uma das mais prestigiadas dos Estados Unidos. "O sistema de cotas é um instrumento viável que pode acelerar a igualdade entre as raças", afirmou Zulu Araújo.

O presidente da Fundação Palmares destacou também a importância de se criar políticas públicas de educação e afirmação dos negros. "A educação já é um passo importante, mas não é o único". De acordo com ele, a mídia também pode colaborar. "No Brasil, temos mais apresentadoras brancas que em muitas TVs européias. É preciso diversificar".

No país, os 14.138.167 negros - segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - podem ver em Obama a capacidade de ocupar outros espaços. "A sociedade brasileira não está preparada para ver o negro em outros cargos e nem os negros também assimilam que podem estar nesses cargos. Obama mostra que não há lugares marcados no mundo", completou a professora de psicologia social da Universidade de São Paulo (USP) Cida Bento.

Ele lembrou que os negros brasileiros não são os únicos a tirarem uma lição do fato: "A eleição dele ajuda mais os brancos que os negros. Obama não se elegeu só com votos de negros, os brancos também votaram nele. Para os brasileiros brancos, é fundamental entender que um negro pode também representá-los".

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições