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Não queiram que os EUA resolvam todos os problemas mundiais, diz Obama à ONU

Não queiram que os EUA resolvam todos os problemas mundiais, diz Obama à ONU

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:29

O presidente americano, Barack Obama, estreou nesta quarta-feira, 23 de setembro, na Assembleia Geral da ONU, discursando na 64ª edição dos debates. Ele falou sobre o compromisso americano com a ONU, com a diminuição das armas nucleares no mundo e com o Iraque e o Afeganistão.

Segundo Obama, os países devem se ajudar e não "esperar que os EUA resolvam todos os problemas do mundo".

"Os que costumam repreender os Estados Unidos por atuar sozinho no mundo não podem agora ficar à margem e esperar que os Estados Unidos resolvam sozinhos os problemas mundiais", disse. "É tempo de que cada um de nós assuma sua responsabilidade na resposta global aos desafios mundiais."

"Eu assumi quando muitos do mundo estavam céticos em relação aos EUA. Aqueles que questionam o caráter da minha nação eu peço que vejam nossas conquistas. No meu primeiro dia na Casa Branca, eu pedi o fim da tortura e o fechamento da prisão de Guantánamo em Cuba."

'Quatro pilares'

Ele pediu aos líderes mundiais reunidos na Assembleia que iniciem uma nova era de cooperação multilateral. "Chegou o momento de o mundo seguir uma nova direção. Devemos adotar uma nova era de comprometimento baseada no interesse mútuo e no respeito mútuo", disse.

"A escolha é nossa. Podemos ser lembrados como uma geração que optou por prolongar as disputas do século XX no século XXI, ou podemos ser uma geração que se une para servir aos interesses comuns dos seres humanos", disse.

A cooperação, de acordo com Obama, deve ter quatro pilares: a não-proliferação, a promoção da paz e da segurança, a preservação do planeta e uma economia global que dê oportunidades a todos.

Questão nuclear

Obama garantiu que seu país manterá compromissos, como o de continuar com o acordo para diminuição de armas nucleares.

"Devemos conter a expansão das armas nucleares e buscar a meta de um mundo sem elas", afirmou.

Nesse sentido, ele pediu ajuda para evitar que essas armas caiam nas mãos de extremistas.

Ele acrescentou que vai buscar um novo acordo com a Rússia para a redução dos arsenais e disse que os países que se recusarem a cumprir as determinações do tratado de não proliferação de armas nucleares devem sofrer consequências.

Obama disse que os próximos 12 meses serão fundamentais nos esforços para fortalecer as medidas contra as armas nucleares e prometeu lutar por um mundo sem elas.

O presidente dos EUA disse ainda que está comprometido com a diplomacia com o Irã e a Coreia do Norte, mas que as duas nações devem ser detidas se decidirem pela opção das armas nucleares.

"Estou comprometido com a diplomacia que abre um caminho para a maior prosperidade e uma paz mais segura para as duas nações se elas cumprirem suas obrigações", disse ele.

"Mas se os governos do Irã e da Coreia do Norte... assumirem os riscos da corrida pelas armas nucleares tanto na Ásia como no Oriente Médio - então eles devem ser impedidos."

Oriente Médio

Ele também falou da importância dos acordos entre as nações e do desafio de obter a paz no Oriente Médio.

"Sei que isso será difícil, mas todos nós devemos decidir se somos sérios acerca da paz ou só falamos da boca para fora", disse Obama, ao indicar que os EUA devem tanto apoiar a segurança de Israel quanto exigir que esse país respeite "os direitos e reivindicações legítimos dos palestinos".

Obama voltou a afirmar que a construção dos assentamentos israelenses na Cisjordânia não é legítima.

"Continuamos enfatizando que os Estados Unidos não aceitam a legitimidade da continuação dos assentamentos israelenses na Cisjordânia".

A afirmação de Obama acontece no dia seguinte ao encontro em que pressionou os dirigentes israelense e palestino, sem sucesso, para que voltassem à mesa de negociações.

Questão ambiental

Obama também disse que chegaram ao fim os dias em que seu país emperrava a luta contra as mudanças climáticas.

Elese comprometeu a promover a energia renovável e compartilhar tecnologia "verde" com os demais países do mundo.

"Nós vamos pressionar por maiores cortes nas emissões (de gasses causadores do efeito estufa) para alcançar os objetivos que estabelecemos para 2020 e finalmente 2050."

Economia

Por último, ele abordou a crise econômica e pediu para que os países em desenvolvimento combatam a corrução.

 Obama disse que o crescimento econômico só será sustentado e compartilhado se todos os países assumirem suas responsabilidades.

"Os países ricos devem abrir seus mercados a mais produtos e estender a mão aos que têm menos, enquanto reformam as instituições internacionais, para dar mais voz a mais países", disse.

Além disso, os países em desenvolvimento "devem eliminar a corrupção, que é um obstáculo para o progresso", acrescentou.

Lula

Antes do discurso de Obama, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que é preciso construir "um novo mundo" após a crise financeira mundial.

O presidente brasileiro, que manteve a tradição de fazer o discurso inaugural, destacou que "a crise financeira, a nova governança mundial e a mudança de clima" são os temas preponderantes do futuro. Lula também apelou pela volta do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, ao poder.

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