ONG condena governo americano
Para a organização Médicos Sem Fronteiras, quarentenas obrigatórias a médicos e enfermeiros que retornam de regiões com surto de ebola criam um "efeito paralisante" nas operações do grupo humanitário.
A ONG discute a possibilidade de encurtar algumas atribuições como resultado de restrições impostas por alguns Estados desde que um de seus médicos norte-americanos, Craig Spencer, foi hospitalizado em Nova York na semana passada com o vírus.
"Está havendo um aumento de ansiedade e confusão entre os integrantes da equipe do MSF em ação sobre o que eles podem enfrentar quando voltarem para casa após a conclusão de suas atribuições na África Ocidental", disse a diretora-executiva do Médicos Sem Fronteiras, Sophie Delaunay, em comunicado.
Viagens adiadas
Alguns trabalhadores do MSF estão atrasando o seu retorno para casa depois de suas atribuições e permanecem na Europa por 21 dias, período máximo de incubação do Ebola, "a fim de evitar enfrentar a crescente estigmatização e possíveis quarentenas", segundo Delaunay. "Algumas pessoas estão sendo desencorajadas por suas famílias a retornar para o campo (região com a doença)", disse ela.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou novo balanço esta semana, em que relata um total de 4.920 mortes e 13.703 casos nos oito países afetados pelo surto até 27 de outubro. A agência das Nações Unidas afirmou ter tentado atualizar seus dados depois que exames laboratoriais descartaram muitos diagnósticos falsos --mortes "prováveis" e "suspeitas" que na verdade não foram causadas pelo vírus.