O número de mortos em decorrência do tufão Washi subiu para 1.249, e ainda há cerca de 1.100 desaparecidos, disseram autoridades das Filipinas nesta segunda-feira (26).
Enquanto isso, rebeldes comunistas cobraram punições aos responsáveis.
O Washi provocou neste mês enxurradas e deslizamentos em aldeias ribeirinhas e litorâneas da ilha de Mindanao (sul), destruindo mais de 10 mil casas e deixando mais de 300 mil desabrigados, dos quais a maioria se instalou em albergues.
Benito Ramos, diretor da Defesa Civil filipina, disse que até na ilha de Bohol, na região central do arquipélago, há pescadores ajudando a recuperar corpos levados pela correnteza marítima.
"Enquanto houver corpos no mar vamos continuar com as operações de busca e recuperação, mesmo que passe do Ano Novo", disse Ramos a uma rádio. As buscas, segundo ele, ocorrem num raio de 300 quilômetros.
O presidente Benigno Aquino, que esteve na semana passada na região atingida, ordenou uma investigação sobre por que as autoridades permitiram a construção de casas em zonas de risco, e não coibiram o desmatamento ilegal.
Uma rádio local disse que o diretor regional de exploração florestal e mineral da província de Lanao del Sur renunciou, e que outro funcionário foi transferido. Muitos troncos de árvores cortados em Lanao del Sur foram arrastados na inundação e causaram destruição morro abaixo.
Na segunda-feira, o Partido Comunista, comemorando seu 43º aniversário, determinou que seus guerrilheiros arrecadem doações para os desabrigados, e ameaçou punir por conta própria os responsáveis pelo desastre.
O partido, com cerca de 5.000 combatentes, está ativo em 69 das 80 províncias filipinas. Os rebeldes maoístas haviam declarado uma trégua com o governo durante as festas de final de ano, e agora os militares acusam a guerrilha de estar usando o desastre como pretexto para extorquir empresas.
De todos os corpos já resgatados sob a lama ou no mar, apenas cerca de 30% puderam ser identificados, já que a maioria dos filipinos não possui registros de arcadas dentárias, e o governo não mantêm um banco de dados de DNA da população.
Os corpos identificados foram entregues aos familiares, e os demais são mantidos em estruturas de concreto.
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