Com sua reeleição neste ano em dúvida, o presidente Barack Obama usou seu discurso do Estado da União nesta quarta-feira como palanque. Anunciou uma agência anti-China, criticou o Congresso, prometeu empregos e evocou uma sociedade em que todos assumam sua "cota justa".
A expressão ecoa o Obama populista que tem viajado pelo país para anunciar programas de emprego e, ao mesmo tempo, cutuca a oposição republicana, que rejeita o fim de um corte de impostos para os mais abastados.
"Não é possível um bilionário pagar menos que sua secretária", disse, aludindo a Warren Buffet, que aderiu a campanha pró-impostos.
Ontem, o pré-candidato Mitt Romney revelou pagar menos do que a classe média.
"Podemos optar por um país onde cada vez menos gente se dá muito bem enquanto uma fatia crescente de americanos mal fecha o mês. Ou podemos restaurar uma economia em que todos tenham sua chance, assumam sua cota justa e sigam as mesmas regras."
"O que está em jogo aqui não são valores republicanos nem democratas. São valores americanos", afirmou, após um ano de paralisia em um Congresso polarizado.
CHINA E EMPREGOS
A maior novidade do discurso anual --que acontece no fim de janeiro e serve para o presidente anunciar seus planos para os próximos 12 meses-- foi o anúncio de Obama de que criará uma agência para "investigar práticas comerciais injustas".
O alvo maior é a China, disse Obama, sem detalhar.
A questão comercial foi repisada em mais de uma hora de discurso, com Obama prometendo vender carros americanos mundo afora e cobrar impostos de empresas que transfiram operações.
O objetivo, frisou, é estimular o mercado de trabalho --embora tenha caído um pouco, o índice de desemprego segue alto, em 8,5%. Historicamente, o desemprego é um dos fatores determinantes para a reeleição.
Para tanto, também prometeu investir mais em educação e treinamento e reduzir a burocracia e as regras --exceto a legislação ambiental, criticada pela oposição.
Ao falar de inovação, porém, Obama defendeu facilitar vistos de trabalho para imigrantes superqualificados que desempenhem funções que os americanos não conseguem, sozinhos, preencher: "Mandem-me uma lei para dar cidadania a essas pessoas que eu assino".
Ao promover seus feitos em Defesa --a saída do Iraque e a morte de Obama bin Laden_, Obama usou a deixa para criticar o Irã.
"Não vou tirar nenhuma opção da mesa", disse, referindo-se à possibilidade de um ataque. "Mas se eles mudarem de rota, podem se reincluir na comunidade internacional."
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