O Partido Democrático japonês venceu as eleições deste domingo, 30 de agosto, para o parlamento do país, diz a imprensa local.
Segundo a rede de TV NHK, a apuração parcial das urnas diz que a coalizão do partido já conquistou 264 cadeiras do parlamento do Japão, enquanto o governo atual garantiu apenas 74 cadeiras.
São necessárias 241 cadeiras para se obter a maioria no parlamento do país.
O primeiro-ministro do Japão, Taro Aso [foto], disse em entrevista coletiva neste domingo que se responsabiliza pela derrota do Partido Liberal Democrático nas eleições . Aso também assinalou que vai deixar a liderança do partido.
Responsabilidades
Questionado por um jornalista da NHK sobre uma eventual renúncia, Aso respondeu: "Preciso assumir minhas responsabilidades".
"Temos que organizar rapidamente uma eleição para a presidência do partido", prosseguiu, acrescentando: "Como simples membro, tenho que lutar pela renovação do PLD".
Três altos dirigentes do partido também anunciaram sua renúncia neste domingo.
"Informamos o presidente do partido, Taro Aso, de nossa intenção de renunciar", declarou o secretário-geral do PLD, Hiroyuki Hosoda, destacando que os outros dois são o presidente do Conselho Geral, Takahashi Sasagawa, e o presidente encarregado da Política e da Pesquisa, Kosuke Hori.
"Lamento muito", acrescentou Hosoda, número dois do partido conservador.
Boca-de-urna
Segundo a Reuters, uma pesquisa de boca-de-urna realizada pela emissora de TV local Asahi mostra que o partido de oposição no país deve ficar com 315 das 480 cadeiras do parlamento do país.
A projeção está próxima de outras pesquisas de boca de urna e condiz com as pesquisas de opinião realizadas ao longo da campanha.
Uma vitória da oposição acabaria com quase 54 anos ininterruptos do conservador Partido Liberal Democrático no poder.
Comemoração
O Partido Democrático já começou a comemorar com aplausos e gritos de "banzai" (longa vida, em japonês) sua vitória nas eleições. Com a tradicional reverência de agradecimento usada no Japão e mãos para o alto, os candidatos da principal força opositora receberam as pesquisas e os primeiros resultados favoráveis divulgados pelos meios de comunicação local.
"Foi a vitória do povo", disse o presidente do Partido Democrático, logo após saber de sua vitória por maioria absoluta.
Hatoyama agradeceu aos japoneses pelo firme respaldo e disse que as políticas de seu futuro governo darão "mais ênfase ao povo".
Processo eleitoral
Os japoneses têm a possibilidade de eleger, nestas eleições, 480 representantes na Câmara dos Representantes. Desse total de cadeiras, que se renovam em pleito a cada quatro anos, 300 serão preenchidas por votação nominal e as 180 restantes serão distribuídas proporcionalmente em listas partidárias.
Um candidato pode se apresentar ao mesmo tempo à votação nominal e proporcional. No dia do pleito, cada eleitor vota duas vezes: num dos candidatos e numa lista apresentada por um partido político de sua zona regional. A idade mínima para votar é de 20 anos.
Concorrem 1.374 candidatos que deverão ser escolhidos por cerca de 103 milhões de eleitores. Os deputados são eleitos por um período de quatro anos e são encarregados de escolher o primeiro-ministro entre os eleitos do Parlamento, em geral os líderes dos partidos.
As últimas legislativas para a Câmara dos Representantes do país ocorreu em 2005. O índice de participação então foi de 67,5%.
O Partido Liberal Democrático é maioria na Câmara atual, com 334 deputados com o seu aliado, o Novo Komeito (budista). Principal sigla da oposição, o Partido Democrático conta com 112 deputados.
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