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Oscar 2012 deve ser dos atores, não dos filmes

Oscar 2012 deve ser dos atores, não dos filmes

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:16

Marco Tomazzoni, iG São Paulo

Sem candidatos de peso a melhor longa, categorias de ator e atriz são as que geram maior expectativa

A Academia de Hollywood tenta, tenta, mas não acerta. Na luta para tornar o Oscar relevante e atrair audiência, minguada nas últimas edições, escalou sem sucesso uma dupla de apresentadores (James Franco e Anne Hathaway, na desastrosa festa do ano passado). Além disso, aumentou para dez o número de indicados a melhor filme. Não contente, fixou esse número apenas como um máximo, dependendo da porcentagem de votos que cada longa recebe na primeira posição.

Complicado, sem dúvida – tente entender o processo aqui. Tanta complexidade não adiantou: mais uma vez os candidatos decepcionaram. Sobrou, então, a torcida para os atores.

 

 

Meryl Streep em cena de "A Dama de Ferro"

Foto: Getty Images

 

O primeiro motivo é a falta de bons concorrentes a melhor filme. Mesmo com nove indicados, poucos chegam a ser verdadeiramente palpitantes, e a inclusão de alguns, como "Tão Longe e Tão Perto", inexplicável. Sempre haverá insatisfeitos com quem ficou de fora, mas desta vez a chiadeira foi grande: "O Espião que Sabia Demais", "Os Homens que Não Amavam as Mulheres", "Melancolia", "Carnage", "Shame" e, por fim, "Drive" – cheio de fãs e unanimidade nas listas de melhores do ano mundo afora, o longa com Ryan Gosling recebeu uma reles indicação a melhor edição de som.

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Além disso, o fator surpresa deixou de existir graças a um franco favorito. "O Artista", a sensação muda e em preto e branco francesa, papou todas as prévias mais importantes da temporada e, embora não seja impossível que "Os Descendentes" ou "A Invenção de Hugo Cabret" consigam superá-lo no Oscar, é algo bastante improvável.

 

 

Viola Davis e Octavia Spencer em "Histórias Cruzadas"

Foto: Divulgação

O mesmo não se pode dizer das categorias de interpretação. Verdade que é difícil as estatuetas de coadjuvante não irem parar nas mãos de Octavia Spencer ("Histórias Cruzadas") e Christopher Plummer ("Toda Forma de Amor"), mas um vencedor inesperado não seria tão surpreendente assim. Plummer tem como principal oponente Max von Sydow, que, octagenário como ele, poderia ter sua carreira cheia de glórias recompensada pelo papel em "Tão Longe e Tão Perto".

 

Já Spencer tem outras adversárias de peso. Uma delas é Jessica Chastain, indicada pelo mesmo filme – quando isso acontece, não raro os votos acabam pulverizados entre os dois concorrentes e o prêmio acaba indo para uma terceira pessoa. Neste caso, poderia ser tanto a graciosa Bérénice Bejo, de "O Artista", quanto a comediante Melissa McCarthy, alçada ao primeiro time após aparecer em "Missão Madrinha de Casamento".

Em ator e atriz, reina a incerteza. George Clooney parecia o melhor cotado para levar a estatueta por "Os Descendentes", mas quem acabou dominando as outras premiações foi Jean Dujardin, o herói do cinema mudo de "O Artista", que hoje é visto como o provável vencedor. Brad Pitt, por "O Homem que Mudou o Jogo", e Gary Oldman, de "O Espião que Sabia Demais", já comemoraram o fato de terem sido lembrados, assim como o mexicano Demián Bichir, de "Uma Vida Melhor", o grande azarão.

 

"George

George Clooney em "Os Descendentes"

Foto: Divulgação

Se Meryl Streep era considerada imbatível por reviver Margaret Thatcher em "A Dama de Ferro", o SAG Awards provou o contrário. Vista como a prévia mais confiável do Oscar em sua área, a festa do Sindicato dos Atores consagrou Viola Davis, a experiente empregada negra de "Histórias Cruzadas", filme que, aliás, os sócios da Academia gostam bem mais do que "A Dama de Ferro".

 

Mesmo polarizada entre as duas, a briga pelo prêmio não acaba aí. As outras concorrentes passaram por grandes transformações em seus filmes, coisa que a Academia gosta de valorizar.

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Glenn Close, indicada outras cinco vezes sem vencer nenhuma, virou um homem em "Albert Nobbs"; Michelle Williams deixou sua singeleza de lado para encarnar o vulcão Marilyn Monroe em "Sete Dias com Marilyn"; e a novata Rooney Mara se transformou numa hacker sui generis em "Os Homens que Não Amavam as Mulheres".

Uma disputa acirrada, portanto, que, a exemplo das outras, serve de um consolo para um Oscar sem graça – nessas alturas, pura rotina.

Veja abaixo os indicados ao Oscar nas categorias de interpretação e veja a lista completa aqui. Você pode deixar seus comentários ao final do texto.

Melhor ator Brad Pitt, "O Homem que Mudou o Jogo" George Clooney, "Os Descendentes"
Jean Dujardin, "O Artista"
Demián Bichir, "Uma Vida Melhor"
Gary Oldman, "O Espião que Sabia Demais"

Melhor atriz
Meryl Streep, "A Dama de Ferro"
Rooney Mara, "Os Homens que Não Amavam as Mulheres"
Glenn Close, "Albert Nobbs"
Viola Davis, "Histórias Cruzadas"
Michelle Williams, "Sete Dias com Marilyn"

Melhor ator coadjuvante
Kenneth Branagh, "Sete Dias com Marilyn"
Jonah Hill, "O Homem que Mudou o Jogo"
Christopher Plummer, "Toda Forma de Amor"
Nick Nolte, "Guerreiro"
Max von Sydow, "Tão Longe e Tão Perto"

Melhor atriz coadjuvante
Janet McTeer, "Albert Nobbs"
Jessica Chastain, "Histórias Cruzadas"
Octavia Spencer, "Histórias Cruzadas"
Melissa McCarthy, "Missão Madrinha de Casamento"
Bérénice Bejo, "O Artista"

Melhor filme
"O Homem que Mudou o Jogo"
"A Invenção de Hugo Cabret"
"Os Descendentes"
"Histórias Cruzadas"
"Cavalo de Guerra"
"Meia-Noite em Paris"
"O Artista"
"Tão Longe e Tão Perto"
"Árvore da Vida"


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