Reuters
O cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo e um dos cinco brasileiros a participar do conclave que elegerá o novo papa, disse nesta quarta-feira que o novo pontífice terá de enfrentar os desafios da \"pós-modernidade\", citando uma cultura \"sem valores sólidos e do subjetivismo total\".O arcebispo de São Paulo destacou que a origem do novo papa não é fundamental. A vaga deixada pelo papa Bento 16 poderá ser ocupada por todos os cardeais que participarão do conclave, marcado para a segunda metade de março.
\"A reflexão mais importante que se fará no conclave não é se o papa vem de um lugar, ou de outro lugar, tem essa origem, ou outra origem, mas se ele está realmente em condições, se ele é a pessoa mais adequada para conduzir a Igreja neste momento da sua história\", afirmou ele em entrevista coletiva.
\"O desafio da modernidade eu acho que já foi. Agora é o desafio da pós-modernidade, da nova cultura, que é uma cultura que se define como cultura líquida, sem valores referenciais sólidos, consistentes, a cultura do subjetivismo total, e que leva a um relativismo total também, de todos os valores referenciais, inclusive os religiosos\", disse.
\"Acho que a questão que temos agora a enfrentar é o conjunto de consequências de uma cultura assim que se expande de uma maneira muito rápida... Isso, naturalmente, é o desafio grande do momento.\"
Mas ele ressaltou que o papa não faz o trabalho sozinho e que esse desafio terá de ser enfrentado pelo conjunto da Igreja.
\"O papa vai ajudar, o papa vai estimular, se estiver atento e consciente de todos esses fatores que hoje estão influenciando a vida do homem neste mundo, a sociedade, a cultura, a economia, a educação, a justiça, a política, a religião\", declarou.
Questionado se há chance de um brasileiro ser eleito papa, ele respondeu: \"os outros é que vão dizer\".
Além de dom Odilo, os outros brasileiros no conclave são o arcebispo emérito de São Paulo, dom Claudio Hummes, que terá 78 anos quando começar o processo de escolha, o atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Raymundo Damasceno, que completará 76 anos em 15 de fevereiro e é arcebispo de Aparecida, o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, no Vaticano, dom João Braz de Aviz, de 65 anos; e o arcebispo de Salvador e ex-presidente da CNBB, dom Geraldo Majella Agnelo, que completará 80 anos em outubro.
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições