O partido islamita moderadoEnnahda afirmou nesta segunda-feira (24) ter obtido 40% dos votos e 60 dos 217 assentos parlamentares nas primeiras eleições tunisianas desde a queda do regime do ditador Ben Ali, em janeiro, embora os resultados oficiais só sejam divulgados na terça-feira.
Por sua vez, um líder do PDP, de centro-esquerda, admitiu sua derrota.
"As tendências são muito claras. O resultado do PDP não é bom. O povo tunisiano decidiu. Inclino-me perante sua decisão e felicito os que obtiveram sua aprovação", disse à France Presse a secretária-geral do PDP, Maya Jribi.
O Ennahda pensa que terá "ao menos 60 assentos" na futura Assembleia Constituinte de 217 membros, declarou nesta segunda-feira à AFP um líder do movimento.
Rachid Ghannouchi, líder do partido islâmico Ennahda, vota neste domingo (23)
em Menzeh, próximo à capital da Tunísia, Túnis (Foto: AFP)
Além disso, o Ennahda considera ter obtido 40% dos votos nas eleições celebradas no domingo na Tunísia . "Não estamos longe dos 40%, pode ser um pouco mais ou um pouco menos, mas estamos certos de ganhar nas 24 (das 27) circunscrições" do país, declarou nesta segunda-feira à AFP Samir Dilou, membro do burô político do grupo, citando "fontes" de seu partido, enquanto prosseguia a contagem dos votos.
Segundo uma fonte eleitoral, o Ennahda conquistou inclusive 56% dos votos na circunscrição de Ben Guerdane (sul, 30 mil pessoas), fronteiriça com a Líbia.
"Está claro que o Ennahda supera todos na grande maioria das circunscrições", reconheceu Adel Chaouch, membro do burô político do partido Ettajdid (esquerda).
"O assunto agora é saber quem ocupará o segundo e o terceiro lugar", disse à AFP.
Os analistas previam que o Ennahda seria o partido mais votado na eleição para a Assembleia Constituinte de 217 membros que redigirá uma nova Constituição e designará um governo provisório, responsável por governar até as próximas eleições gerais. Os resultados definitivos serão conhecidos na terça-feira.
"Estamos tranquilos. Já esperamos 50 anos, podemos esperar mais 24 horas", declarou sorridente Houcine, entrevistado na manhã desta segunda-feira no centro da cidade de Túnis.
A imprensa tunisiana saudou nesta segunda-feira "a vitória da democracia". "Foram vocês que protagonizaram a primavera da democracia árabe", escreveu o semanário em árabe Assabah. Por sua vez, o jornal "Al Chourouk" estimou que a 'grande vencedora' das eleições foi a "Tunísia".
"Por fim livres", escreveu o editorialista do semanário Tunis Hebdo.
Para Sofiene Ben Fahrat, jornalista e escritor, "o povo tunisiano (...) esteve à altura do momento histórico".
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, felicitou a Tunísia nesta segunda-feira "pela maneira pacífica e ordenada na qual se desenvolveu a histórica eleição de uma Assembleia Constituinte".
Os tunisianos votaram em massa no domingo nas primeiras eleições livres da história do país para eleger uma assembleia constituinte e virar para sempre a página da era de Zine El Abidine Ben Ali, deposto em janeiro por uma revolução popular após 23 anos no poder.
O dia transcorreu sem incidentes e em calma.
Londres e Bruxelas saudaram a celebração destas eleições e o presidente americano, Barack Obama, felicitou os tunisianos pelo que considerou "um importante passo à frente".
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