O Exército dos EUA abriu formalmente nesta terça-feira (27) uma investigação criminal sobre o vazamento de milhares de documentos arquivados sobre a guerra do Afeganistão, informou o Pentágono.
A investigação foi confiada à mesma Divisão Criminal encarregada do dossiê de Bradley Manning, um soldado de segunda classe de 22 anos detido em maio.
Ele é suspeito de ter transmitido ao site internet Wikileaks um vídeo mostrando o ataque de um helicóptero do exército americano que causou, em 2007, a morte de dois funcionários da agência de notícias Reuters e de várias outras pessoas, em Bagdá.
O coronel Dave Lapan, um porta-voz do Pentágono, informou que a agência vai investigar um "espectro mais amplo" em relação aos vazamentos que levaram à divulgação de mais de 91 mil relatórios militares sobre a guerra no Afeganistão, datados de 2004 a 2009.
"A investigação em curso sobre o vazamento dos documentos a Wikileaks (...) não se concentra sobre um indivíduo em particular, é mais ampla", disse ele.
O soldado de segunda classe, Bradley Manning, está atualmente numa prisão militar americana no Kuwait.
Segundo o porta-voz do Pentágono, Geoff Morrell, o soldado Manning é "certamente um personagem importante" neste assunto, mas não quis falar sobre o possível envolvimento dele, numa entrevista ao canal MSNBC nesta terça-feira.
Entre os documentos estão relatórios de que os oficiais dos EUA no Afeganistão suspeitavam seriamente que o Paquistão apoiava em sigilo os insurgentes do Talibã enquanto recebia enormes quantias de assistência norte-americana.
Os documentos podem alimentar a dúvida crescente no Congresso a respeito da estratégia de guerra do presidente dos EUA, Barack Obama, enquanto o número de mortes de norte-americanos sobe na guerra impopular que já dura nove anos.
Lapan não quis discutir a relação com o Paquistão nem nenhum documento específico, afirmando que, apesar da divulgação deles na Internet, a informação permanecia secreta.
Os documentos pareciam ser classificados apenas no nível de segredo - ainda sigilosas, mas num nível menor do que outros tipos de sigilos dentro do sistema de classificação militar, afirmou Lapan.
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