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Presidente deposto de Honduras pede às Forças Armadas que baixem as armas

Presidente deposto de Honduras pede às Forças Armadas que baixem as armas

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:30

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, pediu no final da noite deste domingo, 5 de julho, em El Salvador, às Forças Armadas de seu país que "baixem rifles e não os apontem contra seus irmãos", ao condenar a morte de uma pessoa em Tegucigalpa.

"Apelo às Forças Armadas de Honduras que baixem seus rifles", declarou Zelaya em entrevista ao lado dos presidentes da Argentina, Cristina Kirchner; do Equador, Rafael Correa; do Paraguai, Fernando Lugo; e de El Salvador, Mauricio Funes.

Zelaya lamentou a morte de um jovem, no que descreveu como repressão contra uma manifestação pacífica, ao mesmo tempo em que se solidarizou com a família da vítima e com as dos feridos.

O novo governo hondurenho, porém, não confirmou nenhuma morte durante confrontos entre simpatizantes do presidente deposto e o Exército de Honduras.

Zelaya se pronunciou após os fatos registrados em Tegucigalpa, onde seu avião não conseguiu aterrissar depois que militares obstruíram a pista do aeroporto Toncontín.

Durante a entrevista, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, disse que o órgão está disposto a "usar todos os meios diplomáticos possíveis para restabelecer o presidente Zelaya."

"Quero dizer que, como secretário-geral da OEA, estou disposto a seguir adiante com todas as gestões diplomáticas para obter nosso objetivo, que não é uma intervenção, é um objetivo simplesmente de cumprir as normas que todos os países adotaram", assegurou. Neste final de semana, Honduras foi suspensa da OEA, em votação numa reunião extraordinária.

Isolamento internacional

O governo interino tem mantido uma postura desafiadora, garantindo que a deposição de Zelaya foi uma transição constitucional. Mas sua retirada do poder despertou condenações internacionais, especialmente dos aliados de esquerda de Zelaya na América Latina.

A suspensão da OEA mostra o crescente isolamento internacional do novo governo, que também foi criticado por EUA, União Europeia e Brasil. Trata-se do primeiro golpe militar na América Central desde o final da Guerra Fria.

O golpe aumentou as tensões diplomáticas na região e representa um desafio para a política externa do governo do norte-americano Barack Obama.

O atual líder de Honduras, Roberto Micheletti, disse que deseja continuar no poder até as eleições marcadas para novembro, que empossariam um novo presidente em janeiro de 2010, mas disse que pode considerar antecipar a votação.

O governo de Micheletti disse à OEA que deseja iniciar um diálogo para resolver a crise, de acordo com uma importante autoridade dos EUA. A fonte disse que a situação em Honduras é "muito variável e desafiadora."

A suspensão da OEA vai complicar o acesso de Honduras a empréstimos multilaterais, em especial à ajuda financeira dos Estados Unidos ao país, que é o terceiro mais pobre do hemisfério, atrás de Haiti e Nicarágua.

Zelaya, que deixaria o poder em 2010, foi tirado de sua casa por soldados e mandado para a Costa Rica há uma semana. O golpe teve como causa a intenção do presidente de buscar uma reeleição e sua ligação próxima com o presidente de esquerda da Venezuela, Hugo Chávez.

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