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Presidente do Irã fala em reforma da ordem mundial, em reunião com Lula

Presidente do Irã fala em reforma da ordem mundial, em reunião com Lula

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:25

  Na primeira reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, neste domingo (16), os chefes de Estado enfatizaram as relações bilaterais entre as duas nações. Apesar de a nota oficial divulgada pelo governo iraniano não mencionar questões nucleares, o texto informa que Ahmadinejad reforçou "suas posições para reformar a ordem mundial". "A realidade é que alguns países que controlam os centros políticos, econômicos e midiáticos do mundo não querem que os outros países progridam", declarou o presidente iraniano.

O presidente Lula chegou ao Irã na noite deste sábado (15) para fazer a mediação sobre o programa nuclear iraniano, apresentada pelas grandes potências como "a última chance" antes da nova rodada de sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o país.

Ahmadinejad agradeceu o apoio brasileiro e reafirmou ainda as vantagens das relações entre os dois países. "Juntos podemos mudar essas condições e proporcionar as transformações necessárias. Esta visita marca o início de uma cooperação entre duas grandes nações", acrescentou.

Segundo a mesma nota, Lula declarou que o "Brasil considera suas relações com o Irã estratégicas, já que os dois países podem atuar assim com mais força".

Presidente Lula em reunião com o aiatolá

Ali Khamenei (Foto: Ricardo Stuckert / PR) Estados Unidos

O presidente brasileiro também se reuniu com o guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. De acordo com a televisão estatal, Khamenei denunciou os Estados Unidos pelo "barulho" feito a respeito da visita do presidente brasileiro ao Irã.

"As potências dominantes, em particular os Estados Unidos, estão descontentes com o desenvolvimento das relações entre os países indepententes e influentes", disse.

A agência de notícias oficial iraniana informou ainda que o iatolá ressaltou a postura do Brasil nas relações com países como os Estados Unidos. "O Brasil adotou posturas independentes ao negociar com as políticas arrogantes dos Estados Unidos nos últimos anos", disse Khamenei.

"Nós acreditamos que os países que foram marginalizados ao longo dos últimos 200 anos, devido às políticas ilógicas de potências agressivas, podem ter um papel fundamental no desenvolvimento global", afirmou o líder supremo ao "acolher" a cooperação mútua entre Irã e Brasil.

Lula chegou ao Irã na noite de sábado (15) para uma visita de dois dias e foi recebido no aeroporto de Teerã pelo chefe da diplomacia iraniana, Manuchehr Mottaki. O presidente participou de uma cerimônia ao ser recebido por Ahmadinejad.

Ceticismo

As possibilidades de êxito na mediação brasileira foram consideradas pequenas por Estados Unidos e Rússia, enquanto o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, renunciou no sábado à viagem a Teerã alegando falta de compromisso por parte do Irã na busca de uma solução. Já o presidente Lula disse na semana passada haver 99% de chances de fechar um acordo com os iranianos.

Mais cedo no sábado, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, também disse acreditar na possibilidade de as negociações resultarem num acordo para a troca de combustível nuclear. "Sobre as negociações, acredito que as condições tendem para levar a um acordo sério sobre a troca", afirmou o porta-voz.

Nesta sexta-feira (14), Hillary Clinton reafirmou o ceticismo dos Estados Unidos quanto às chances de sucesso no diálogo com o o Irã. Perguntado sobre a declaração de Hillary, durante uma entrevista coletiva em Doha, o presidente brasileiro respondeu sem citar o nome da secretária de Estado americana.

"Eu não sei com base no que as pessoas falam [isso]", disse Lula. "Não é porque o meu time não ganhou o jogo de ontem que ele não pode ganhar o jogo de amanhã", afirmou o presidente em entrevista concedida após o encontro com o emir do Catar, Hamad bin Khalifa Al Thani, neste sabádo.

Troca

As grandes potências propuseram ao Irã que enviasse 70% de seu urânio levemente enriquecido para transformá-lo em combustível altamente enriquecido que o país precisa para seu reator de pesquisas.

Invocando um problema de "confiança", o Irã rejeitou a proposta e disse que prefere uma troca simultânea ou por etapas em pequenas quantidades, feita em seu território, o que foi rejeitado pelas grandes potências.

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