O presidente sírio, Bashar al Assad, não anunciou o fim do estado de emergência em vigor há décadas no país durante seu discurso pronunciado no parlamento e retransmitido pela televisão nesta quarta-feira (30), como era esperado, mas denunciou que a Síria enfrenta uma conspiração.
Em vez disso, Assad disse que as reformas políticas não são prioritárias e que não podem estar ligadas a razões temporais ou o clima de revolta na região. O presidente disse que assuntos como o fim do estado de emergência, vigente desde 1963, ou a formação de novos partidos políticos tem menos preferência que a preservação da estabilidade ou a "saúde das crianças". "O estado de emergência pode criar algum sofrimento à população, mas, em troca, não podemos passar por cima da nossa preocupação com a saúde das crianças", disse.
Assad se limitou a reiterar o anúncio feito na semana passada, em que o regime se comprometeu a revogar o estado de emergência, mas ser dar uma data.
"As relações entre o povo e seu governo não deveriam se construir sob pressão", disse o o governante.
'Conspiração'
Assad disse que a Síria enfrenta uma "conspiração" em sua primeira intervenção pública desde o início das manifestações contra o regime em 15 de março.
"Esta conspiração é diferente em sua forma e pelo momento escolhido pelo que acontece em outras partes no mundo árabe", destacou, antes de afirmar que os inimigos do país aproveitaram a situação para semear o caos.
"A Síria não está isolada da região (...) mas não somos uma cópia dos outros países" completou.
"Somos totalmente favoráveis às reformas. É o dever do Estado. Mas não somos favoráveis as dissensões", prosseguiu, antes de indicar que a luta contra a corrupção e o desemprego representam a "prioridade" do próximo governo.
As declarações do presidente foram recebidas com aplausos dos deputados, que gritaram "com nosso sangue, com nossa alma, nos sacrificaremos por ti Bashar".
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