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Proteção do salário mínimo prejudica mais pobres na África do Sul

Proteção do salário mínimo prejudica mais pobres na África do Sul

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:12

 delegado chegou à fábrica aqui para fechá-la como parte de uma ação nacional contra os fabricantes de roupas que violam as leis do salário mínimo. Mas as mulheres que trabalham na fábrica – as supostas beneficiárias da repressão – subiram nas mesas de corte e tábuas de passar gritando contra ele.

O protesto espontâneo das mulheres é apenas mais um sinal da gravidade da longa crise de desemprego da África do Sul. Com sua própria indústria em declínio, vítima da concorrência dos baixos salários da China, e poucos empregos sendo criados na África do Sul, as mulheres temiam perder seu trabalho mais do que ficar presas em empregos de remuneração baixa.

Nos 16 anos desde o fim do Apartheid, a África do Sul seguiu as prescrições do Ocidente, abrindo sua economia com base no mercado para o comércio, mantendo a inflação e a dívida pública sob controle. O país foi elogiado por seus esforços e pelo crescimento de sua economia, mas não rápido o suficiente para acabar com a crise da falta de emprego.

Por mais de uma década, sua taxa de desemprego esteve entre as mais altas do mundo, alimentando o crime, a desigualdade e a instabilidade social na nação mais rica do continente. A crise global fez com que o problema se tornasse ainda pior, acabando com mais de um milhão de empregos. Mais de um terço da força de trabalho da África do Sul agora está inativa. E 16 anos após Nelson Mandela levar a maioria negra do país ao poder, mais da metade dos negros de idades entre 15 e 34 anos estão sem trabalho – o triplo do nível dos brancos.

Conforme se intensifica o debate sobre o desemprego, o fracasso do governo em gerar um plano 16 meses depois que o presidente Jacob Zuma tomou posse prometendo trabalho decente a todos tem levado os analistas a questionar a sua liderança, embora ele tenha prometido agir rapidamente.

Especialistas debatem as causas do grave problema econômico do país, com alguns afirmando que salários mais altos negociados por sindicatos politicamente poderosos suprimiram o crescimento do emprego.

Mas a maioria concorda que as raízes da crise são mais profundas, vindas de um passado de Apartheid que levava negros a escolas inferiores, expulsava muitos de suas terras, residências e empresas e forçava milhões a viver em bairros segregados e zonas rurais onde até hoje permanecem cortados dos mecanismos da economia.

No ano passado, enquanto a economia da África do Sul contratava em meio à crise global, os sindicatos negociaram aumentos de salários de média de 9,3%. O Fundo Monetário Internacional divulgou em um relatório na semana passada a hipótese de que as empresas não conseguiram repassar os custos trabalhistas mais elevados durante a recessão do país e os trabalhadores foram demitidos por conta disso, contribuindo para uma perda de vagas de trabalho que está entre as mais altas dos países industrializados do G-20.

Zuma prometeu, em um encontro nacional do partido governante em Durban, que o gabinete iria agir em breve. Mas ainda não se sabe como ele pode agir decisivamente.

Postado por: Guilherme Pilão

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