A Câmara de Representantes dos Estados Unidos deu a aprovação final nesta quarta-feira à maior reforma de Wall Street desde a Grande Depressão, nos anos 1930, deixando o histórico projeto de lei nas mãos do Senado.
Os legisladores aprovaram, por 237 votos a favor e 192 contra, a legislação que o presidente americano, Barack Obama, elegeu como sua prioridade na política interna, para ''evitar uma crise'' como a de 2008, e um trunfo perante seus adversários republicanos com vistas às eleições de novembro.
O Senado americano deve aprovar o texto final em 12 de julho, logo após o recesso parlamentar de verão, no feriadão de 4 de julho, ao qual se seguirá uma corrida contra o tempo pelos 60 votos necessários para garantir que passe independentemente de quaisquer táticas delatórias dos republicanos.
Depois do Senado, o texto seguirá para sanção presidencial.
''A farra acabou. Nunca mais a irresponsabilidade em Wall Street vai provocar desemprego nos negócios'', disse a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, antes da votação.
''Nunca mais o comportamento arriscado de uns poucos vai ameaçar a estabilidade financeira das nossas famílias, nossos negócios ou nossa economia como um todo'', reforçou.
Na sexta-feira, os legisladores americanos já haviam chegado a um acordo, após uma última negociação sobre a versão final da mais ampla reforma de regulamentação do sistema financeiro desde a Grande Depressão.
Após uma maratona de vinte horas, 43 legisladores das duas câmaras do Congresso reunidas em conferência, acertaram um texto de compromisso nas primeiras horas da sexta.
O projeto de lei, com aproximadamente duas mil páginas, prevê a criação de um organismo de proteção do consumidor financeiro no âmbito do Fed (Federal Reserve, banco central americano) que evita o resgate de grandes instituições financeiras ao custo do contribuinte.
Entre as medidas aprovadas pela Câmara de Representantes está também uma disposição a melhorar o imenso mercado de produtos derivativos negociados na bolsa, cujo valor nominal é estimado em US$ 600 bilhões e foram o centro da recente crise financeira nos Estados Unidos.
O texto, contém, ainda, uma medida chamada ''regra de Volcker'' - em homenagem ao assessor econômico de Obama, Paul Volcker -, que busca evitar que os bancos comerciais ''caiam na tentação de assumir riscos'' e se concentrem em suas atividades de empréstimo.
Os bancos comerciais poderão, no entanto, continuar a vender determinados produtos de investimento.
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