Um dia após libertar 24 trabalhadores mantidos sob regime considerado de escravidão, a polícia do Reino Unido informou nesta segunda-feira (12) que 15 das pessoas libertadas continuam sob tratamento médico já que estavam seriamente desnutridas. O esquema foi descoberto na cidade de Bedfordshire, no centro do país.
As vítimas estavam em um acampamento para viajantes na localidade de Leighton Buzzard. Alguns dos 24 trabalhadores estavam, segundo a polícia, tão desnutridos que uma refeição completa lhes poderia ser fatal. Outros estavam cobertos com excrementos.
Quatro pessoas foram presas na operação suspeitas de explorar o trabalho escravo. Entre elas estava uma mulher grávida, que conseguiu liberdade provisória. Ela irá depor assim que o filho nascer.
Segundo a polícia, os trabalhadores eram forçados a serviços manuais (sem especificar qual atividade) sem pagamento. Além dos 15 trabalhadores internados, outros nove (sete britânicos e dois romenos) se negaram a cooperar com a polícia e foram liberados.
'No momento, 15 pessoas continuam a receber cuidados médicos e o depoimento aos investigadores começará hoje. Vai levar alguns dias para se saber exatamente o que aconteceu com eles durante o tempo de estadia no local', disse o porta-voz da polícia.
Entre as vítimas internadas estão oito cidadãos britânicos, três poloneses, um lituano e um letão, além de duas pessoas com nacionalidade não confirmada. Todos têm entre 30 e 57 anos.
O trabalhador mais jovem era um britânico de 17 anos.
Negócio familiar
Cerca de 200 policiais participaram da operação chamada Netwing, que desbancou o esquema ao invadir o albergue por volta das 5h30 de domingo. As vítimas vivam no local em condições precárias.
A ação decorreu de uma investigação da polícia de Bedfordshire, que apontou que os homens eram mantidos contra a vontade no local, onde trabalhavam e viviam em condições inapropriadas.
A polícia disse acreditar que alguns são explorados há cerca de 15 anos.
No domingo, o investigador Sean O'Neil disse que a investigação aponta para 'um negócio familiar e uma quadrilha'.
Os trabalhadores eram aparentemente 'recrutados' em albergues que oferecem alimentação a sem-tetos. Muitos têm problema com alcoolismo.
Segundo o investigador, eles vão trabalhar com a promessa de pagamento.
'Mas quando eles chegam, o cabelo é raspado, eles são mantidos em estábulos, canis de cachorro, recebem pouco dinheiro e pouca alimentação', diz.
O investigador ressalta que os trabalhadores recebem ameaças de que serão atacados caso tentem fugir.
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