A saída do ditador Muammar Kadhafi de Trípoli não está em discussão, declarou nesta quarta-feira (20) o ministro de Relações Exteriores da Líbia, Abdelati Obeidi, ao fim de uma reunião em Moscou com o chanceler russo, Serguei Lavrov.
A questão da saída de Kadhafi não está em negociação", disse Obeidi aos jornalistas. "O que estamos discutindo é a iniciativa da União Africana, destinada a pôr fim à guerra e ao derramamento de sangue", acrescentou.
O ministro de Relações Exteriores da França, Alain Juppé, havia dito que Kadhafi poderia ficar no país após sair do poder, contanto que não agindo politicamente, e que considera isso uma condição prévia para um cessar-fogo entre o regime e os rebeldes líbios.
"Uma das hipóteses contempladas é que ele fique na Líbia, mas sob uma condição, de que se coloque claramente à margem da vida política líbia. É o que esperamos antes de colocar em andamento o processo político do cessar-fogo", declarou Alain Juppé ao canal LCI.
Rebeldes rumam para a cidade de Brega nesta terça-feira (19) (Foto: AP)
"O cessar-fogo passa por um compromisso formal e claro de Kadhafi de renunciar a suas responsabilidades civis e militares", insistiu.
A permanência de Kadhafi na Líbia implicará no fato de que ele não será entregue ao Tribunal Penal Internacional (CPI), que emitiu uma ordem de prisão contra ele.
"Esse é um ponto que não está sendo discutido atualmente. Devemos seguir os procedimentos e depois, dentro das negociações, veremos as consequências", afirmou Alain Juppé.
Kadhafi afirma que não deixará o poder de maneira alguma e promete resistir.
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