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Sarkozy envolve bancos franceses no novo resgate à Grécia

Sarkozy envolve bancos franceses no novo resgate à Grécia

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:37

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, confirmou nesta segunda-feira que alcançou um acordo com os bancos do país para que participem do segundo pacote de resgate à Grécia com uma reestruturação parcial da dívida.

O acordo, contudo, reduz o grau de envolvimento das instituições financeiras francesas, as mais expostas à crise de dívida grega junto às alemãs. Os bancos reinvestiriam 70% --e não 100% como é proposto até agora-- do capital que têm em bônus gregos quando esses empréstimos chegarem a seu vencimento (entre agora e 2014).

O plano já circula pelos corredores do Conselho Europeu e, em princípio, foi recebido favoravelmente, segundo o jornal conservador "Le Figaro".

Na sexta-feira, o Tesouro e o setor financeiro franceses deram sinal verde ao plano, que sugere ainda que 50% dos títulos seriam colocados em novos créditos a 30 anos e os 20% restantes, em títulos de dívida de "cupom zero", ou seja, cujos juros não são cobrados conforme gerados, mas no vencimento.

Presidente francês, Nicolas Sarkozy, desticula ao falar com repórteres sobre novo plano francês de ajuda à Grécia

As taxas de juros seriam por um lado equivalentes ao que a Grécia tem que pagar aos organismos públicos que garantiram seu resgate, e, por outro, variáveis, indexadas sobre um indicador da economia grega, como o Produto Interno Bruto (PIB).

Assim, a ideia seria tentar evitar o caráter obrigatório do método indicado até agora aos bancos, que implicaria que as entidades financeiras tivessem que reinvestir em dívida grega 100% do dinheiro obtido no vencimento desses empréstimos.

Como a Alemanha se negou a dar garantias para esses novos empréstimos aos quais os bancos se veriam implicados, o risco é que as agências de qualificação considerassem que não se tratava de um processo voluntário e, portanto, declarassem a Grécia em moratória.

As reações à proposta francesa devem começar a ser expressas a partir desta segunda-feira em ocasião da reunião de alto nível da qual participam representantes das autoridades europeias e do setor financeiro.

OPÇÕES

A Grécia, uma das mais afetadas pela crise da dívida europeia, já recebeu em 2010 um pacote de resgate de US$ 160 bilhões da União Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional). O país, contudo, não conseguiu cumprir as metas fiscais previstas e alerta que, se não receber uma nova ajuda, vai quebrar.

Em troca da quinta parcela do primeiro pacote (de 12 bilhões de euros previsto para julho) e do novo pacote de resgate, o premiê grego tenta aprovar um segundo pacote de austeridade, com 6,5 bilhões de euros em aumentos de impostos e cortes de gastos estatais neste ano. A oposição, contudo, resiste, diante de manifestações populares e greve geral.

Recentemente, a chanceler alemã, Angela Merkel, e Sarkozy, fecharam o que consideram quatro princípios básicos para o novo resgate da Grécia: participação voluntária do setor privado, acordo com o Banco Central Europeu (BCE) e que o pacote seja imediato, mas sem fixar prazos e não permita morosidade.

Uma rolagem voluntária de bônus gregos perto do vencimento oferece o menor risco causar um rebaixamento de rating para a Grécia, mas seria impossível quantificar a contribuição do setor privado antecipadamente.

Isso significaria que os países da zona do euro e o Fundo Monetário Internacional (FMI) teriam de entrar com mais capital para inteirar os 120 bilhões de euros necessários em empréstimos, com 30 bilhões vindos de privatizações.

Uma troca de bônus, envolvendo o adiamento do prazo dos títulos em sete anos, é favorecida pela Holanda. Isso levantaria a maior parte do capital exigido, mas teria o maior risco de contágio, com investidores de outros bônus soberanos tomando ações de prevenção para evitar medidas similares em outros países, segundo o jornal.

Uma outra opção, a rolagem voluntária de dívida com incentivos limitados positivos, atrairia uma participação maior e tornaria possível antecipar a contribuição do setor privado, mas elevaria o risco de rebaixamento da Grécia e contágio de outros países.

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