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Sarkozy pede à Europa que suspenda os laços econômicos com a Líbia

Sarkozy pede à Europa que suspenda os laços econômicos com a Líbia

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:54

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, pediu à Europa nesta quarta-feira (23) que suspenda todos os laços econômicos com a Líbia e adote sanções contra o país, depois da forte repressão aos protestos da oposição ao governo de Muammar Kadhafi, que deixou pelo menos 300 mortos no país africano, segundo dados oficiais.

"Eu peço ao ministro de Relações Exteriores que façam uma proposta aos nossos parceiros europeus pedindo a adoção de sanções rápidas e concretas para que todos os envolvidos na violência saibam que terão de assumir as consequências de suas ações", disse Sarkozy em comunicado, após uma reunião semanal com seus ministros.

"Eu gostaria de ver a suspensão de relações econômicas, comerciais e financeiras com a Líbia até o próximo aviso", disse.

Seu mais importante assessor diplomático disse anteriormente que as nações europeias deveriam considerar a imposição de sanções, incluindo a proibição de viagens e o congelamento de bens.

Sarkozy disse que, entre as possíveis medidas, estavam o julgamento dos responsáveis, a proibição de viagem deles à União Europeia e um monitoramento de suas transferências de recursos.     Na véspera, o coronel Kadhafi, no poder desde um golpe militar em 1969, fez um raivoso discurso televisionado, em que reafirmou que só sai do poder morto e prometeu destruir os opositores como se fossem ratos. Mas a fala do ditador não intimidou os manifestantes, que mantiveram os atos de rua contra o regime.

Ao mesmo tempo, aumenta a pressão diplomática sobre ele. O Conselho de Segurança da ONU pediu o fim da violência, e a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse que seu país tomará medidas "no tempo certo".     O país está caótico, com relatos de que cidades da província de Cyrenaica, no leste, como Benghazi, estariam sob controle dos manifestantes.

A rebelião, parcialmente inspirada nas revoltas das vizinhas Tunísia e Egito, onde governos ditatoriais caíram, já se alastrou para Trípoli, a capital, no oeste.

Vários países, inclusive o Brasil, organizam-se para retirar seus cidadãos que estão na Líbia. A União Europeia (UE) está preparada para retirar 10 mil de seus cidadãos que se encontram na Líbia nas próximas horas e dias, incluindo por via marítima, anunciou nesta quarta-feira o Executivo comunitário.     Também aumentam as deserções de políticos e diplomatas ligados ao regime, além de líderes religiosos e tribais.

'Êxodo bíblico'

O chanceler italiano Franco Frattini disse temer um "êxodo bíblico" de imigrantes procedentes da Líbia, além de considerar impossível imaginar o futuro no caso de queda do regime.

"Sabemos o que nos espera quando o regime líbio cair: uma onda de 200 mil a 300 mil imigrantes. Dez vezes mais que o fenômeno albanês dos anos 90", afirmou, antes de destacar que estas são estimativas 'otimistas'.

Ele afirmou que o número de mortos até agora no país pode chegar a mil. A Cruz Vermelha também alertou para um "risco catástrofico" de êxodo em massa de líbios para a Tunísia.    

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