Saif al-Islam, filho do ex-ditador Muammar Kadhafi, telefonava com frequência para o pai e temia ser atingido por um morteiro enquanto tentava fugir da cidade de Bani Walid na semana passada, disse à agência Reuters um tenente líbio que o acompanhava.
"Ele estava nervoso. Ele tinha um Thuraya (telefone por satélite) e ligava para o pai várias vezes", disse Al Senussi Sharif al Senussi, que integrou a equipe de segurança de Saif até que Bani Walid foi tomada pelas forças do novo governo, em 17 de outubro.
"Ele repetia para nós: não contem a ninguém onde estou. Não deixe que eles me encontrem. Ele tinha medo dos morteiros. Parecia confuso", disse. Senussi falou à Reuters numa prisão improvisada no aeroporto de Bani Walid, aonde foi levado após ser detido pelas forças do Conselho Nacional de Transição (CNT).
A identidade de Al Senussi foi confirmada por Omar al Mukhtar, comandante das forças anti-Kadhafi norte da cidade e chefe da brigada responsável pela prisão e pelo aeroporto.
Saif al-Islam, que estudou em Londres, fala inglês fluentemente e durante muito tempo foi considerado a voz do regime líbio mais simpática ao Ocidente. Ele é o único filho de Kadhafi que não está morto ou preso.
Mukhtar e Senussi disseram à Reuters na terça-feira que Saif fugiu mais ou menos no mesmo dia em que as forças anti-Kadhafi entraram na cidade.
"Quando o comboio dele saiu de Bani Walid, foi atingido por um bombardeio aéreo, mas ele escapou com vida", disse Senussi, que não tem parentesco com o poderoso ex-chefe de segurança de Kadhafi, Abdullah al Senussi.
O tenente disse que via Saif com frequência. "Não éramos amigos, mas nos conhecíamos. Tínhamos uma relação profissional", afirmou.
Mukhtar, o comandante, disse: "Eu e minha unidade estávamos perseguindo-o em 19 de outubro. Aí a Otan atingiu o comboio dele. Ele estava em um veículo blindado e sobreviveu, e alguém o ajudou a escapar. Vasculhamos aquela área, mas o perdemos".
Um funcionário do CNT disse na segunda-feira à Reuters que o filho fugitivo de Kadhafi está próximo às fronteiras da Líbia com a Argélia e o Níger, planejando deixar o país com um passaporte falso.
Saif al-Islam fala a seguidores em 20 de setembro, em imagem divulgada por TV leal a Kadhafi (Foto: AP)
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