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Sem estudo nem emprego, beduínas do Negev lutam para 'existir' em Israel

Sem estudo nem emprego, beduínas do Negev lutam para 'existir' em Israel

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:56

Elas geralmente deixam a escola logo nos primeiros anos, se casam cedo, têm muitos filhos e não trabalham. Moram em um dos lugares mais pobres de Israel , em vilarejos muitas vezes não reconhecidos pelo Estado, e alvo de demolições. As beduínas do Negev, região desértica do sul de Israel, estão entre os grupos mais marginalizados do país. Mas, em um lugar onde 80% das mulheres são analfabetas e 90% estão desempregadas, um grupo tenta mudar essa situação.

No vilarejo de Lakiya, desde 1991, as mulheres podem aprender a ler e escrever em árabe e hebraico. Também podem aprender a tecer e receber pelo trabalho que fazem em casa, já que a maioria tem muitos filhos para criar. O projeto responsável pela mudança se chama Lakiya Weaving e hoje exporta para o mundo inteiro os tapetes confeccionados pelas beduínas.     "Anos atrás, as mulheres tinham um papel mais ativo na sociedade, pois mudavam de casa e trabalhavam na terra. Hoje, temos uma casa fixa e a renda não vem só da terra", explica a beduína Hala Abu-Shareb, assessora de imprensa do grupo. "Atualmente, atendemos 70 mulheres que levam o tear para casa, porque têm filhos para cuidar. Muitos maridos ainda não gostam que elas saiam e que trabalhem."     Faiza Abu Muhareb tem 60 anos e está há dois no grupo. Ela conta que aprender a tecer foi uma das melhores coisas que aconteceram em sua vida. "Eu conheci mais mulheres, vejo pessoas do mundo todo vindo aqui e esqueço os problemas de casa. É um descanso". Uma de suas filhas (ela tem 14 ao todo) também faz parte do projeto.

Jornal

Além dos cursos de alfabetização e tapeçaria, a organização montou um jornal escrito por beduínas. O objetivo, explica Hala, é discutir a questão feminina e dar espaço para mostrar a mulher beduína longe de estereótipos e preconceitos.

Os beduínos são árabes originalmente nômades que vivem no deserto. Segundo a Administração de Terras de Israel, é uma população de 155 mil pessoas, das quais 60% viivem em propriedades legalizadas - o resto mora em terras consideradas ilegais pelo Estado israelense, que afirma estar construindo 13 novos vilarejos legais. A taxa de crescimento da população beduína é uma das maiores do mundo, dobrando de tamanho a cada 15 anos.      

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