A explosão de um carro-bomba em frente de um conjunto de edifícios que abrigam a Rádio Caracol e a Agência EFE, na zona financeira de Bogotá, deixou pelo menos 18 feridos nesta quinta-feira, com sete deles tendo sido hospitalizados, segundo o último comunicado da Secretaria de Saúde da capital colombiana. O ataque causou uma grande comoção entre os colombianos cinco dias depois da posse do novo presidente Juan Manuel Santos .
Dos sete feridos hospitalizados a pessoa que está em estado mais grave é Miriam Forero, de 31 anos, que teve de ser submetida a uma cirurgia plástica por ferimentos no rosto e em um olho, e agora se encontra estável. As outras seis pessoas têm ferimentos consideráveis, mas nenhum com gravidade, informou o comunicado da Secretaria de Saúde de Bogotá.
Em relação às 11 pessoas que não tiveram de ser internadas, a maioria apresenta traumas na audição, crise de ansiedade e ferimentos leves por estilhaços de vidros.
A grande explosão ocorreu por volta das 5h30 local (7h30 de Brasília), quebrou vidros de janelas de vários edifícios da área, onde há muitos escritórios e casas, e abriu um buraco em uma das principais ruas de Bogotá, a Sétima Avenida.
As autoridades investigam quem pode estar por trás do atentado, lançado com um carro-bomba que continha 50 quilos de explosivo anfo (produzido pela mistura de combustíveis líquidos), que, aparentemente, teria sido ativado por meio de um celular. Por enquanto, nenhum grupo armado assumiu a autoria do ataque.
Fontes policiais informaram que os terroristas usaram para cometer o atentado um automóvel Chevrolet Swift 1994 de cor cinza. O atentado ocorre apenas cinco dias depois da posse de Santos como presidente da Colômbia, que imediatamente foi ao local da explosão.
"Não baixaremos a guarda"
O novo líder prometeu não "baixar a guarda" na luta contra o terrorismo. "Como todo atentado terrorista, o que querem é perturbar, causar medo na população. Não vão conseguir, pelo contrário. Isso nos lembra que não podemos baixar a guarda, o país deve ficar absolutamente tranquilo", disse Santos.
Segundo Santos, os edifícios atingidos, que abrigam ao todo mais de mil prédios entre estabelecimentos comerciais, escritórios e apartamentos, sofreram danos materiais, mas "não estruturais".
A explosão não provocou uma tragédia maior porque no momento do ataque quase não havia pessoas na rua e os escritórios ainda não tinham sido abertos. Quem estava no prédio principal era o jornalista Darío Arizmendi e sua equipe, que faziam o programa matutino da "Caracol Radio". Arizmendi viveu exilado em Miami durante vários meses em 2007 e passou temporadas na Espanha após receber ameaças da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
A tragédia deixa os cidadãos de Bogotá comovidos, pois desde outubro de 2006 não havia um atentado a bomba na cidade. As autoridades tentam descobrir agora se o ataque pretendia assustar os meios de comunicação, em particular a Rádio Caracol, cujas instalações foram destruídas.
Repercussão
As reações de condenação ao atentado surgiram imediatamente na Colômbia - de parte do escritório da ONU, políticos, associações de jornalistas e todo o governo - e no exterior. "Nós colombianos podemos ficar tranqüilos. O que os terroristas buscam é criar alvoroço, alterar a normalidade e nossa resposta não pode cair nesse jogo e nessa armadilha", disse aos jornalistas o ministro da Defesa, Rodrigo Rivera, pouco depois de Santos também pedir tranquilidade aos cidadãos.
O governo da Venezuela expressou repúdio ao atentado e se solidarizou com o governo e a população do país vizinho. "A Venezuela repudia da maneira mais enérgica esse ato terrorista contra o povo irmão da Colômbia e contra seu forte desejo de viver em paz", indicou um comunicado da chancelaria da Venezuela.
O Executivo do presidente Hugo Chávez, "em nome do povo venezuelano", expressou também "sua solidariedade com a República da Colômbia", e formulou "votos pelo esclarecimento em breve desses lamentáveis fatos". Caracas e Bogotá restabeleceram suas relações diplomáticas na terça-feira . Elas haviam sido rompidas em julho, após o governo do ex-presidente Álvaro Uribe acusar Chávez de abrigar as Farc em território venezuelano .
O procurador-geral da Colômbia, Guillermo Mendoza Diago, designou um funcionário especializado da União Nacional contra o Terrorismo para que inicie a investigação do atentado. Por sua vez, o prefeito de Bogotá, Samuel Moreno, convocou um conselho extraordinário de segurança para analisar as informações sobre a explosão, bem como elaborar medidas para reforçar a proteção aos meios de comunicação.
Postado por: Thatiane de Souza
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