Depois das explosões em uma base militar próxima a Teerã e na região da instalação nuclear de Isfahan, crescem as especulações em Israel sobre uma suposta sabotagem por parte de agências de inteligência contra o programa nuclear iraniano.
Nos últimos dias os principais veículos de comunicação em Israel têm dado destaque a boatos e especulações sobre supostos atos de sabotagem que teriam provocado as recentes explosões no Irã .
As explosões podem ter afetado significativamente o programa nuclear do país que, segundo o último relatório da Agencia Internacional de Energia Atômica (AIEA), tem fins militares.
A explosão, no dia 12 de novembro em uma base de mísseis a 45 quilômetros de Teerã, foi tão forte que o impacto foi sentido na capital iraniana.
Ao todo, 17 militares iranianos morreram no incidente, qualificado por Teerã como 'acidente'. Entre os mortos está o general Hassan Moghaddam, chefe do projeto de desenvolvimento de mísseis do Irã.
De acordo com analistas militares, a explosão causou a destruição de uma grande quantidade de mísseis de longo alcance, do tipo Shihab, que também teriam a capacidade de levar uma bomba nuclear.
A segunda explosão, no dia 28 de novembro, ocorreu na região da instalação nuclear de Isfahan, onde é realizado o enriquecimento de urânio.
'Luta sigilosa'
Para o analista de assuntos de Inteligência do jornal Haaretz, Yossi Melman, 'a luta sigilosa entre agências de inteligência ocidentais e Teerã já começou, e é uma luta que não deixa impressões digitais - mas os resultados são claros'.
Melman também menciona o ataque cibernético à indústria nuclear iraniana, em 2010, quando um vírus denominado Stuxnet causou danos ao sistema de computadores em Natanz.
Para o analista, 'existe uma ligação clara' entre os três ataques, pois os alvos seriam parte fundamental do programa nuclear iraniano.
Melman cita fontes estrangeiras que atribuem ao Mossad, à CIA americana e ao MI6 britânico a possível autoria da sabotagem.
O analista do canal 10 da TV israelense, Nadav Eyal, chega a afirmar que a 'guerra contra o Irã já começou'.
Para Eyal, o recente ataque à Embaixada britânica em Teerã já seria uma represália do governo iraniano aos ataques sigilosos.
'Mais frequentes'
O governo israelense não confirma nem nega envolvimento nos ataques, mas logo depois da explosão em Teerã, o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, disse: 'Tomara que (esses ataques) se tornem mais frequentes'.
Em entrevista à radio Kol Israel, o ex-embaixador americano em Israel, Martyn Indik, afirmou que a estratégia de sabotagem contra o Irã pode ser 'mais eficaz do que bombardeio aéreo e sanções, pois não deixa impressões digitais'.
Moshe Yaalon, ex-chefe do Estado Maior do Exército israelense e atual ministro para assuntos estratégicos, afirmou que as instalações nucleares iranianas estão 'sob a mira' de agências de Inteligência ao redor de mundo e que 'de fato, a guerra contra o Irã já começou'.
Para Soli Shahvan, diretor do Instituto de Estudos Iranianos da Universidade de Haifa, o governo iraniano se viu obrigado a afirmar que as explosões foram acidentais, porque se admitisse que as instalações mais sigilosas e estratégicas do país foram atingidas por ataques estrangeiros, 'poderia expor a fraqueza do regime e uma possivel colaboração interna com agências estrangeiras'.
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