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Tragédia deve atrasar em 6 meses recuperação do Japão, diz banco

Tragédia deve atrasar em 6 meses recuperação do Japão, diz banco

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:52

A destruição causada pelo maior terremoto da história do Japão deve atrasar em seis meses a recuperação econômica do país, segundo previsão do Nomura, o principal banco de investimentos do país.

A instituição previa uma retomada de crescimento no segundo trimestre de 2011, depois da queda de 1,3% no Produto Interno Bruto (PIB) no último trimestre de 2010, mas agora estima que a recuperação só deve ocorrer no final do ano.

Com a retração no PIB, o Japão perdeu o posto de segunda maior economia do mundo para a China. Nesta segunda-feira, primeiro dia de negociação na Bolsa de Tóquio após o terremoto de sexta-feira, o índice Nikkei fechou em queda de 6,18%, o que está causando reflexos negativos nas bolsas europeias.

Com a produção interrompida, algumas das principais empresas do país se desvalorizaram na bolsa. É o caso da montadora Nissan, cujas ações caíram 9,5% após a suspensão de sua produção. Toshiba, Honda e Hitachi passam por problemas semelhantes.

Com a produção suspensa em diversas empresas, a demanda por energia caiu no Japão, o que, por sua vez, forçou a queda do preço do petróleo, que fechou cotado em cerca de US$ 99 o barril. Alguns analistas já apontaram que a tragédia japonesa pode causar uma redução de 1% no PIB do país. Para estimular a economia, o Banco Central do Japão anunciou no final de semana uma injeção de 15 trilhões de ienes (R$ 300 bilhões) no sistema bancário.

Além disto, segundo a agência de notícias Jiji, o Ministério da Economia disse que o país está atento à cotação do iene, em tendência de alta. O fortalecimento da moeda tende a dificultar as exportações, prejudicando ainda mais a recuperação econômica.

Infraestrutura em alta

Em contrapartida à queda de diversas grandes empresas, o setor de infraestrutura apresentou ganhos, sob a expectativa de que terá um aumento na demanda para reconstruir as áreas destruídas pelo terremoto e pelo tsunami que se seguiu. As ações das construtoras Kajima e Nishimatsu subiram 17,9% e 21%, respectivamente.

Apesar do dia ruim na Bolsa de Tóquio, o banco Nomura não prevê uma queda ainda maior nos preços das ações japonesas. A explicação é de que, no caso do também devastador terremoto de Kobe, em 1995, "a produção industrial (japonesa) caiu apenas no mês seguinte".

"Em segundo lugar, o governo provavelmente proverá auxílio fiscal às regiões afetadas. Em terceiro, vemos poucos riscos de que o terremoto desencadeie um aumento expressivo no valor do iene", afirma o banco.

O editor de Economia da BBC Bill Peston afirma que o maior risco para o Japão é provavelmente a negociação de sua dívida, que deve chegar neste ano a 228% em relação a seu PIB, segundo o FMI. O país ainda tem um forte deficit fiscal. Devido a isso, a agência de classificação de risco Moody's advertiu que a situação pode colocar em dúvida a capacidade do Japão de honrar suas dívidas.      

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