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UE diz que Grécia deu passo "vital" para evitar quebra

UE diz que Grécia deu passo "vital" para evitar quebra

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:36

A UE (União Europeia) destacou nesta quarta-feira que a Grécia deu um passo "vital" para afastar-se de um "grave cenário de moratória" ao votar os novos ajustes propostos pelo governo socialista, e pediu ao Parlamento que aprove nesta quinta-feira o texto que acompanha o plano.

"Um segundo voto positivo acomoda o terreno para o desembolso do próximo lance de assistência financeira. Também permitiria acelerar a preparação de um segundo pacote de ajuda para que o país avance e se restaure a esperança da população", assinala um comunicado dos presidentes da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, e do Conselho Europeu, Herman van Rompuy.

A aprovação dos cortes por parte do Parlamento grego era uma exigência da UE como condição imprescindível para desembolsar os 12 bilhões de euros do próximo lance de ajuda a Atenas, assim como para avançar no segundo resgate para o país.

Do mesmo modo, a UE e o FMI avançaram na preparação de um segundo resgate para o país, além dos 110 bilhões de euros que lhe foram concedidos em maio de 2010 e que o primeiro-ministro grego, Yorgos Papandreou, calculou em um valor similar.

"Com a aprovação por parte do Parlamento grego do programa econômico revisado, o país deu um importante passo adiante na via da necessária consolidação fiscal e nas reformas estruturais que fomentem o crescimento", ressalta o comunicado dos líderes europeus, que falam de "responsabilidade nacional".

DÍVIDA

O presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, insistiu nesta linha ao destacar que "o Parlamento grego cumpriu sua responsabilidade" e agora corresponde aos europeus "apoiar" os esforços dos gregos para que não se vejam em uma difícil situação pela "crescente dívida pública".

Buzek reconheceu que a decisão desta quarta-feira "não era fácil" e felicitou os deputados que mostraram uma "destacável liderança quando era mais necessário", pois "este voto será visto nos próximos anos como um ponto de inflexão para a Grécia e a Eurozona".

"Todos na UE estão no mesmo barco e, neste tempestuoso mar de turbulências financeiras, ficar debaixo da coberta não nos tirará da tempestade. Devemos atuar juntos na luta contra a crise da dívida", ressaltou.

Uma vez obtida a aprovação parlamentar de ambos os textos legislativos, se prevê que os ministros das Finanças da zona do euro desbloqueiem o quinto lance de ajudas em reunião extraordinária que será realizada no próximo domingo; enquanto os detalhes do segundo resgate podem ser fechados na reunião de 11 de julho.

APROVAÇÃO

O Parlamento grego aprovou nesta quarta-feira um amplo pacote de medidas de austeridade que prevê arrecadar 28 bilhões de euros (R$ 63 bilhões) com cortes de gastos e aumento de impostos até 2015, em contrapartida a nova ajuda financeira da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

A aprovação era esperada pelo mercado financeiro, em especial o europeu, que acompanhou o voto com atenção e preocupação --caso as medidas não fossem aprovadas, a Grécia não receberia o dinheiro necessário para evitar um calote da dívida que afetaria toda a zona do euro e que poderia chegar tão cedo quanto mês que vem.

Segundo a rede de TV CNN, o pacote foi aprovado com 155 votos a favor, 138 contra e 7 abstenções ou faltas. O governo precisava de uma minoria simples, de 151 dos 300 votos da Casa.

O pacote era defendido há meses pelo governo, que enfrentou greve geral, manifestação e violência nas ruas de Atenas contra os novos cortes.

O premiê grego, Giorgios Papandreou, se comprometeu nesta quarta-feira a fazer todo o possível para evitar o impacto da dívida do país.

"Não há plano B para salvar a Grécia", insistiu Papandreou na tribuna do Parlamento. "Faremos tudo para evitar ao país o que supõe a bancarrota", declarou, ao recordar o risco de que, neste caso, não poderiam ser pagos salários ou aposentadorias.

A Grécia, uma das mais afetadas pela crise da dívida europeia, já recebeu em 2010 um pacote de resgate de US$ 160 bilhões da União Europeia e do FMI. O país, contudo, não conseguiu cumprir as metas fiscais previstas.

O pacote de austeridade era exigido pelos europeus em troca da quinta parcela do primeiro pacote (de 12 bilhões de euros previsto para julho) e do novo pacote de resgate, que deve ultrapassar os US$ 100 bilhões.

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