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Uma briga travada pelo prestígio no horizonte de Nova York

Uma briga travada pelo prestígio no horizonte de Nova York

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:15

Ambos os lados da guerra de arranha-céus dizem que há muito em jogo. Os donos do Empire State Building e seus defensores dizem que o status internacional do prédio e a linha do horizonte de Nova York correm riscos por causa de um “monstro”. Trata-se de um rival: um prédio que será construído a dois quarteirões de distância e que, de acordo com seus criadores, vai ajudar a cidade a crescer e prosperar, proporcionando milhares de empregos e melhorando a qualidade de vida de dezenas de milhares de nova-iorquinos.

O que irrita o primeiro é que o segundo, com 370 metros, teria quase a sua altura e estaria a apenas 900 metros de distância, um pouco perto demais para um edifício que foi o único no horizonte desta região ao longo de seus 79 anos de vida.

“A questão aqui é: o quão perto, e é muito, de um dos ícones de Nova York”, disse o vereador Daniel R. Garodnick na segunda-feira, após uma audiência em que os proprietários de ambos os imóveis argumentaram o seu caso, antes de uma votação que acontecerá no Conselho da Cidade na quarta-feira.

Garodnick questionou: “Será que este prédio vai engolir o Empire State? Ou estamos apenas falando de outro grande edifício a algumas ruas de distância?”.

Os donos do Empire State, Anthony E. e Peter L. Malkin, chegam a querer um zoneamento que proíba a construção deste tipo de edifício em uma circunferência de 17 quarteirões em torno do prédio de 381 metros de altura. Isso impediria a Vornado Realty Trust, que pretende erguer o novo edifício, ou qualquer outra construtora, de colocar um prédio desproporcional na região.

15 Penn Plaza

A Comissão Municipal de Planejamento aprovou plano da Vornado para um prédio que se chamaria 15 Penn Plaza, em frente à estação Pennsylvania. Ele seria 56% maior do que o normalmente permitido, mas estaria de acordo com o desejo da cidade de promover infraestrutura para o desenvolvimento da alta densidade próxima aos centros de transporte.

Mas o Conselho da Comunidade 5, cujo distrito inclui essa zona, não aprovou. Uma comissão do conselho disse que a construtora não apresentou uma justificativa para tal bônus de zoneamento, especialmente porque o prédio ainda não tem um inquilino e pode levar muitos anos para ser construído. A votação que acontece nesta quarta-feira será o obstáculo final do projeto.

Há muito tempo a Vornado quer demolir o edifício que existe neste terreno, o Hotel Pennsylvania, e construir um prédio de escritórios. Além do hotel, um imóvel decadente perto do Madison Square Garden, a empresa tem 10 outros edifícios na área, com um total de cerca de 1 bilhão de metros quadrados.

“A verdade é que a linha do horizonte de Nova York nunca parou de mudar e esperamos que nunca pare”, disse David R. Greenbaum, presidente da divisão de escritórios em Nova York da Vornado Realty Trust.

A Vornado assumiria um pacote de melhorias de trânsito para a Estação Penn, o centro ferroviário mais movimentado da América do Norte e um labirinto confuso para muitos viajantes, no valor de mais de US$ 100 milhões, acrescentou.

Dois terços

Na audiência de segunda-feira, os Malkins apresentaram uma pesquisa mostrando que dois terços dos entrevistas acreditam que o 15 Penn Plaza deve ser rejeitado.

“Trata-se da iconografia do horizonte de Nova York e se isso importa para as pessoas ou não”, disse Anthony Malkin, presidente da Malkin Propriedades. Ele sugeriu que o 15 Penn Plaza ser reduzida para 251 metros e que as construtoras não possam fazer mais nada deste tipo na região.

Concluído em 1931, com 102 andares, o Empire State foi o vencedor de uma corrida feroz para ser o mais alto arranha-céu da cidade. Ele foi ultrapassado pelo primeiro World Trade Center, e voltará a ocupar o segundo lugar quando o novo World Trade Center for concluído, com seus 541 metros.

A reunião de segunda-feira foi concluída pelo vereador Leroy Comrie com uma pergunta final que parecia prever como votaria: “Uma fotografia da cidade de Nova York em 2010 deve registrar perpetuidade ou uma Nova York em evolução e dinâmica?”

Postado por: Thatiane de Souza

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