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Venezuela diz que denúncias da Colômbia são "pretexto vulgar" para atacar o país

Venezuela diz que denúncias da Colômbia são "pretexto vulgar" para atacar o país

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:18

O ministro venezuelano da Energia, Alí Rodríguez, afirmou durante uma comemoração de aniversário da revolução cubana, em Havana, que as denúncias apresentadas pelo governo colombiano à OEA na semana passada não passam de "um pretexto vulgar" para que Bogotá e Washington ataquem Caracas.

As declarações causam polêmica e chegam no mesmo dia em que o ex-presidente argentino e atual secretário-geral da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) se encontra com o presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos.

"É um pretexto grosseiro, vulgar e ofensivo para atacar a Venezuela e para atacar os processos libertários em nosso continente", afirmou o ministro Rodríguez em Havana durante o ato pelo 57º aniversário do ataque ao Quartel Moncada, a principal festa da revolução cubana, presidido por Raúl Castro.

"Segundo eles [os colombianos], protegemos o narcotráfico e protegemos o terrorismo", acrescentou Rodríguez, ao destacar que seu país é "amante da paz".

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, que deveria participar da comemoração, anunciou a suspensão da ida à Cuba, afirmando contar com "informação de inteligência" que sugere que há riscos de uma "agressão" ao seu país por parte da Colômbia.

Chávez acusou Washington de ser "o grande culpado" e "o grande instigador" de preparar uma "força de contenção" para apoiar esta eventual agressão, e ameaçou suspender a venda de petróleo aos Estados Unidos caso ocorra um conflito armado.

CHAMADO DE CHÁVEZ

Ainda em meio à crise diplomática entre Colômbia e Venezuela, o líder venezuelano Hugo Chávez teria declarado à imprensa do Equador que as guerrilhas colombianas deveriam "reconsiderar" sua estratégia de luta armada.

Em reação, o vice-presidente eleito da Colômbia, Angelino Garzón, afirmou que "valoriza altamente" a posição de Chávez.

"Valorizo altamente as recentes declarações do presidente Hugo Chávez quando disse à guerrilha colombiana que sua existência não tem sentido", disse à Rádio Quito, recordando que há alguns anos o mesmo recado foi enviado pelo líder cubano Fidel Castro aos rebeldes colombianos.

"Creio que a guerrilha cubana deveria considerar seriamente o chamado de alguns de nós, o que fazemos com todo o respeito, de que o mundo de hoje não é o mesmo mundo dos anos 60. Não há condições para que tomem o poder num prazo visível. Isto se converteu na principal desculpa para o império [em alusão aos EUA] penetrar a Colômbia e daí agredir a Venezuela, Equador, Nicarágua e Cuba, disse Chávez à imprensa do Equador.

KIRCHNER

O ex-presidente argentino Néstor Kirchner, atual secretário-geral da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), se reunirá nesta segunda-feira com o presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, em Buenos Aires, para analisar a crise entre Caracas e Bogotá.

Na pauta deve estar a expectativa em torno da proposta de paz anunciada neste domingo pelo ministro de Relações Exteriores venezuelano, Nicolás Maduro, a ser apresentada na reunião de chanceleres da Unasul --convocada para a próxima quinta-feira, em Quito, no Equador.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, rompeu as relações diplomáticas da Venezuela com a Colômbia na quinta-feira passada (22), em resposta às denúncias apresentadas pelo embaixador colombiano na OEA (Organização de Estados Americanos) sobre a presença de rebeldes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e do ELN (Exército de Libertação Nacional) em território venezuelano.

Kirchner e Santos se reunirão às 22h na residência do embaixador da Colômbia em Buenos Aires, Alvaro García Giménez.

Na semana que vem, em 5 de agosto, Kirchner viajará para a Venezuela, onde deve discutir a mediação da crise com Chávez. Em seguida, vai á Colômbia para a posse de Santos em 7 de agosto.

Kirchner disse à imprensa que o conflito Colômbia-Venezuela "dói, dói muito". "Esperamos que se possa encaminhar para o rumo certo, para reencontrar ambos os povos e ambos os governos".

BRASIL

O Brasil achava melhor convocar a Unasul após a posse de Santos. Apesar de ser sucessor do popular Uribe, Santos adotou um discurso de aproximação com Caracas e, diante da crise, disse que manteria o silêncio como "sua melhor contribuição".

Durante a campanha eleitoral colombiana, Chávez chegou a alertar que a vitória do ex-ministro de Defesa e sucessor de Uribe podia gerar uma guerra e que seria extremamente difícil restabelecer as relações bilaterais sob seu governo.

Santos, contudo, adotou um discurso de reaproximação e diálogo e chegou a minimizar as acusações de Uribe sobre os vínculos entre Chávez e as Farc. O venezuelano mudou de tom e disse que espera retomar as conversações com o país vizinho depois da posse de Santos. Ele afirmou que não irá na posse por questões de segurança.

Depois de Chávez colocar as tropas em alerta e dizer que estaria disposto a morrer pela Venezuela, o governo parece querer apaziguar as relações.

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