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Venezuela diz ter monitorado líder da oposição Capriles em viagens ao exterior

Venezuela homenageia Chávez com cortejo fúnebre

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:08

 

Hugo ChavesO mundo muitas vezes bizarro da política venezuelana parece estar longe de Nova York, mas uma autoridade de alto escalão em Caracas, Venezuela, disse no fim de semana que o governo do presidente Hugo Chávez, que morreu na terça após uma batalha de quase dois anos contra um câncer, rastreou os movimentos de um proeminente político da oposição em uma viagem a Manhattan.

"O acompanhamos de perto", disse o vice-presidente Nicolás Maduro, que assumiu o poder interinamente após a morte de Chávez, sobre o líder opositor Henrique Capriles.

"Tenho todos os dados, sabemos exatamente onde esteve em Manhattan", disse Maduro na rede estatal de televisão, olhando para o seu celular como se verificasse informações enviadas em uma mensagem de texto ou um e-mail.

Segundo ele, Capriles é dono de um apartamento na Rua 85 East. "Deixe-o negar", disse Maduro. "Como será que comprou um apartamento em Nova York?", arrancando risadas da plateia ao chamar Capriles de "o príncipe de Manhattan, o príncipe de Nova York".

Em uma chamada telefônica no domingo desde Nova York, Capriles negou possuir um apartamento na cidade. "Toda vez que saio da Venezuela, o governo tenta transformar a situação em uma conspiração", disse, acrescentando que esteve em Nova York para visitar sua irmã e sua família, que vivem no apartamento no East Side mencionado por Maduro. "É ridículo imaginar que, com todos os problemas que existem na Venezuela, é com isso que o governo se preocupa."

Capriles é o governador do Estado de Miranda, que inclui uma parte de Caracas, a capital. Ele concorreu sem sucesso contra Chávez nas eleições de outubro. Na eleição antecipada que deve ser convocada em 30 dias após a morte de Chávez, é possível que Capriles represente a oposição enquanto Maduro será o candidato do governo.

Chávez, um socialista que criticava ferozmente os EUA como uma potência imperialista, não foi visto em público desde sua quarta cirurgia relativa ao câncer em 11 de dezembro em Cuba. Maduro governou o país na sua ausência e incessantemente atacou Capriles em discursos e aparições públicas, indicando que o governo se preparava para uma eventual eleição.

Maduro disse que Capriles também havia viajado a Miami e o acusou de se encontrar com banqueiros fugitivos venezuelanos e outros que, segundo ele, conspiravam para desestabilizar o país.

Capriles disse que fez uma escala em Miami, mas não participou de nenhuma reunião política durante sua viagem. Embora a informação de que um governo estrangeiro pudesse espionar um político da oposição nos EUA possa ser controverso, não ficou claro se o governo venezuelano realmente seguia Capriles ou se Maduro realmente possuía informações precisas.

"Se eles me seguiram, não reparei", disse Capriles, acrescentando que o governo usava táticas de intimidação.

Maduro também disse no dia 2 que Capriles esperava para confirmar uma reunião com Roberta S. Jacobson, secretária-assistente americana de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental. No domingo, Jacobson negou tal afirmação.

"Não estamos cientes de uma viagem do governador Capriles para os EUA, e não tenho planos de me encontrar com ele neste momento, então não tenho certeza do que estão falando", disse Jacobson em uma entrevista por telefone.

Veja imagens do luto por Chávez na Venezuela:

Milhares acompanham cortejo fúnebre do presidente Hugo Chávez em Caracas (06/03)

Foto: AP

Mulher segura pequena foto de Hugo Chávez durante cortejo fúnebre do presidente venezuelano em Caracas (06/03)

Mulher segura pequena foto de Hugo Chávez durante cortejo fúnebre do presidente venezuelano em Caracas (06/03)

Foto: AP

Guarda-costas entram com caixão com corpo de Hugo Chávez na Academia Militar de Caracas, onde será velado até sexta (06/03)

Guarda-costas entram com caixão com corpo de Hugo Chávez na Academia Militar de Caracas, onde será velado até sexta (06/03)

Foto: AP

Pessoas caminham ao lado de caixão de Hugo Chávez coberto com bandeira venezuelana em Caracas (06/03)

Pessoas caminham ao lado de caixão de Hugo Chávez coberto com bandeira venezuelana em Caracas (06/03)

Foto: AP

Caixão coberto pela bandeira venezuelana leva corpo do presidente Hugo Chávez durante cortejo fúnebre em Caracas (06/03)

Caixão coberto pela bandeira venezuelana leva corpo do presidente Hugo Chávez durante cortejo fúnebre em Caracas (06/03)

Foto: AP

Vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (2º à D), segura braço de líder boliviano, Evo Morales, em Caracas (06/03)

Vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (2º à D), segura braço de líder boliviano, Evo Morales, em Caracas (06/03)

Foto: AP

Caixão com o corpo do presidente venezuelano, Hugo Chávez, passa por ruas de Caracas depois de deixar hospital militar onde morreu na terça-feira (06/03)

Caixão com o corpo do presidente venezuelano, Hugo Chávez, passa por ruas de Caracas depois de deixar hospital militar onde morreu na terça-feira (06/03)

Foto: Reuters

Partidários de Hugo Chávez choram do lado de fora de hospital militar onde presidente venezuelano morreu na terça-feira aos 58 anos (06/03)

Partidários de Hugo Chávez choram do lado de fora de hospital militar onde presidente venezuelano morreu na terça-feira aos 58 anos (06/03)

Foto: AP

Venezuela chora segurando foto do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, contra o rosto do lado de fora de hospital militar em Caracas (06/03)

Venezuela chora segurando foto do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, contra o rosto do lado de fora de hospital militar em Caracas (06/03)

Foto: AP

Partidários do presidente Hugo Chávez choram enquanto seguram cartazes em que se lê 'Eu sou Chávez' durante homenagem a líder venezuelano na Praça Bolívar, Caracas (05/03)

Partidários do presidente Hugo Chávez choram enquanto seguram cartazes em que se lê 'Eu sou Chávez' durante homenagem a líder venezuelano na Praça Bolívar, Caracas (05/03)

Foto: AP

Partidários de Hugo Chávez seguram cartaz em que se leem 'Sejamos como Chávez' e 'Proibido esquecer' durante homenagem a líder venezuelano, morto nesta terça, em Caracas (05/03)

Partidários de Hugo Chávez seguram cartaz em que se leem 'Sejamos como Chávez' e 'Proibido esquecer' durante homenagem a líder venezuelano, morto nesta terça, em Caracas (05/03)

Foto: AP

Partidários de Hugo Chávez reagem ao anúncio de sua morte em frente ao hospital militar em que ele estava internado, em Caracas (05/03)

Partidários de Hugo Chávez reagem ao anúncio de sua morte em frente ao hospital militar em que ele estava internado, em Caracas (05/03)

Foto: Reuters

Partidário do presidente Hugo Chávez expressa dor pela morte do líder venezuelano em frente ao hospital militar em Caracas (05/03)

Partidário do presidente Hugo Chávez expressa dor pela morte do líder venezuelano em frente ao hospital militar em Caracas (05/03)

Foto: Reuters

Partidária de Hugo Chávez reage ao anúncio da morte do presidente venezuelano em Caracas (05/03)

Partidária de Hugo Chávez reage ao anúncio da morte do presidente venezuelano em Caracas (05/03)

Foto: Reuters

'Chávez, nosso libertador do século 21', diz cartaz nas mãos de partidários de Hugo Chávez após sua morte (05/03)

'Chávez, nosso libertador do século 21', diz cartaz nas mãos de partidários de Hugo Chávez após sua morte (05/03)

Foto: Reuters

Venezuelanos choram após o anúncio da morte do presidente Hugo Chávez em Caracas (05/03)

Venezuelanos choram após o anúncio da morte do presidente Hugo Chávez em Caracas (05/03)

Foto: Reuters

Venezuela chora ao saber da morte de Hugo Chávez, anunciada pelo vice-presidente em Caracas (05/03)

Venezuela chora ao saber da morte de Hugo Chávez, anunciada pelo vice-presidente em Caracas (05/03)

Foto: Reuters

Venezuelanos cantam após o anúncio da morte de Chávez (05/03)

Venezuelanos cantam após o anúncio da morte de Chávez (05/03)

Foto: AP

Mulher chora na frente do hospital militar em Caracas onde Hugo Chávez morreu (05/03)

Mulher chora na frente do hospital militar em Caracas onde Hugo Chávez morreu (05/03)

Foto: AP

Venezuelanas se abraçam e choram do lado de fora do hospital militar onde Chávez estava internado (05/03)

Venezuelanas se abraçam e choram do lado de fora do hospital militar onde Chávez estava internado (05/03)

Foto: AP

Alguns escolheram andar com motos por Caracas empunhando bandeiras, para homenagear Hugo Chávez (05/03)

Alguns escolheram andar com motos por Caracas empunhando bandeiras, para homenagear Hugo Chávez (05/03)

Foto: Reuters

Mulheres choram e se abraçam após o anúncio da morte de Chávez pelo vice Nicolas Maduro (05/03)

Mulheres choram e se abraçam após o anúncio da morte de Chávez pelo vice Nicolas Maduro (05/03)

Foto: AP

Partidários de Hugo Chávez reagem ao anúncio de sua morte, feito em Caracas (05/03)

Partidários de Hugo Chávez reagem ao anúncio de sua morte, feito em Caracas (05/03)

Foto: AP

Homens reagem à notícia da morte de Chávez em Caracas (05/03)

Homens reagem à notícia da morte de Chávez em Caracas (05/03)

Foto: Reuters

Apoiadoras de Chávez se abraçam ao receber as notícias de sua morte (05/03)

Apoiadoras de Chávez se abraçam ao receber as notícias de sua morte (05/03)

Foto: AP

Essa foi pelo menos a segunda vez que Maduro fez comentários na televisão sobre como controlar Capriles durante viagens ao exterior. No início de fevereiro, ele mencionou a visita de Capriles à Colômbia, criticando-o por ter-se encontrado com o ex-primeiro-ministro espanhol Felipe González.

Os registros de imóveis em Nova York mostraram que Alexandra, irmã de Capriles, e seu marido compraram um apartamento no prédio na Rua 85 East em 2011 por US$ 4,1 milhões.

Leia: Maior controle do petróleo e distribuição de renda marcam economia da era Chávez

Um apartamento adjacente é de propriedade de uma empresa cujos registros do Estado de Nova York indicam ter como presidente Monica de Capriles, que é o nome da mãe do governador de Miranda. O imóvel foi comprado por US$ 2,7 milhões em 2009. No domingo, Capriles disse que não estava ciente de qualquer ligação entre sua mãe e a propriedade em questão.

Por William Neuman

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