Preocupado com a grande presença chinesa na África nos últimos anos, o governo dos Estados Unidos tem vigiado com atenção os projetos, casos de corrupção e dificuldades que os chineses podem enfrentar no continente, segundo documentos secretos americanos revelados pelo site WikiLeaks e publicados no site do jornal francês "Le Monde". Em um telegrama, a embaixada americana em Nairóbi analisa o suborno pago em uma licitação da empresa de telefonia Telkom Kenya vencida pela empresa chinesa Zhongxing Telecommunications Equipment Company (ZTE), que tem forte presença na África.
O mesmo documento relata uma conversa com um dirigente do departamento responsável pelos parques nacionais, o KWS. De acordo com o telegrama, um relatório do KWS destaca que 90% dos contrabandistas de marfim detidos no aeroporto de Nairóbi são chineses.
Na Nigéria, as ambições chinesas inquietam ainda mais os americanos. O país é o maior fornecedor africano de petróleo à China e para Pequim é preciso "proteger" a continuidade do abastecimento.
Os americanos também acompanham atividades chinesas em Angola, rica em recursos petroleiros e minerais. Um telegrama descreve como, depois da guerra civil, "na ausência de uma conferência internacional de sócios capitalistas ocidentais para ajudar a financiar sua reconstrução, Angola recorreu aos chineses".
Mas aos poucos uma série de problemas foram constatados. O ritmo dos investimentos chineses em Angola diminuiu em 2009 quando a crise financeira global afetou o faturamento do setor petroleiro e dos diamantes angolanos, o que provocou um corte de gastos do governo de Luanda.
A China se viu obrigada a repatriar mais de 25 mil trabalhadores, já que o governo angolano não tinha como pagar os salários, segundo os documentos revelados pelo WikiLeaks.
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