Uma advogada do jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves esteve na manhã desta quarta-feira (25) no 2º Distrito Policial, no Bom Retiro, região central de São Paulo, para trazer água e um lanche para o seu cliente. Maria José da Costa Ferreira disse que vai solicitar ao juiz da comarca de Ibiúna a imediata transferência de Pimenta. O jornalista foi preso nesta terça-feira (24) após o Supremo Tribunal Federal (STF) negar o último recurso pendente.
Ele está sozinho em uma cela, que tem apenas um colchonete e um vaso sanitário sem condições de uso. Vou pedir a imediata transferência para um local onde possa cumprir a pena com um mínimo de dignidade, afirmou a advogada. De acordo com funcionários da delegacia, Pimenta Neves, de 74 anos, passou a noite caminhando dentro da cela. Pela manhã, ele recusou o café com leite e pão com manteiga oferecido pela delegacia.
O 2º Distrito Policial é uma carceragem de trânsito, onde os condenados aguardam a transferência para o sistema prisional. Ainda não há informações oficiais para qual presídio ele será transferido para cumprir a pena de 15 anos de prisão, inicialmente em regime fechado pelo assassinado da sua namorada e jornalista Sandra Gomide, em 2006.
Prisão
Depois de se entregar à polícia na noite desta terça-feira, na casa dele, na Zona Sul da capital paulista, o jornalista foi encaminhado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ele fez exame de corpo de delito e, na saída, falou a jornalistas sobre o mandado de prisão expedido pelo juiz de Ibiúna, cidade onde matou a namorada há 11 anos. Pimenta Neves disse que já esperava a prisão. Os recursos se esgotaram, afirmou. Questionado como foi a chegada dos policiais à residência dele, o jornalista disse tudo bem. Foram muito educados, completou.
Pimenta Neves chegou na delegacia tranquilo. Agora, ele vai ficar à disposição da Secretaria de Administração Penitenciária, que vai decidir ainda nesta quarta-feira (25) para qual presídio ele vai ser encaminhado.
O jornalista foi condenado em 2006 pela morte da jornalista Sandra Gomide. O crime foi num haras, seis anos antes. O recurso negado pelo STF foi o último de uma série usada pela defesa em todas as instâncias. Os advogados do jornalista conseguiram protelar a prisão e só agora, cinco anos depois da sentença, ele começar a cumprir a pena.
STF
O Supremo Tribunal Federal (STF) negou, por unanimidade dos cinco ministros que a integram, o último recurso pendente de Pimenta Neves, condenado em 2006 pela morte da ex-namorada e também jornalista Sandra Gomide. O relator do caso, ministro Celso de Mello, determinou ao juiz da Comarca de Ibiúna (SP) o cumprimento da pena de 15 anos de prisão, inicialmente, em regime fechado.
De acordo com o ministro relator, não há mais possibilidade de se recorrer da decisão. É um fato que se arrasta desde 2000 e é chegado o momento de se por termo a este longo itinerário já percorrido. Realmente esgotaram-se todos os meios recursais, num primeiro momento, perante o Tribunal de Justiça de São Paulo; posteriormente, em diversos instantes, perante o Superior Tribunal de Justiça, e também perante esta Corte, afirmou Mello durante o julgamento.
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições