Após confrontos, Rio reúne cúpula de segurança

Uma pessoa morreu e outra ficou ferida no Beco do Sabino, na madrugada. Traficantes rivais também trocaram tiros na Mangueira; ninguém se feriu.

Fonte: Globo.comAtualizado: quinta-feira, 2 de outubro de 2014 às 12:39
Homem se abaixa com medo de tiros na Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, após o início de um tiroteio na altura da Fiocruz, na Zona Norte da cidade. A via foi fechada na tarde desta quarta-feira (1º) pelo Batalhão de Policiamento de Vias Expressas (BPVE)
Homem se abaixa com medo de tiros na Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, após o início de um tiroteio na altura da Fiocruz, na Zona Norte da cidade. A via foi fechada na tarde desta quarta-feira (1º) pelo Batalhão de Policiamento de Vias Expressas (BPVE)

Uma pessoa morreu e outra ficou ferida em um tiroteio entre PM e traficantes no Beco do Sabino, no Conjunto de Favelas do Alemão, na madrugada desta quinta-feira (2). Como mostrou o Bom Dia Rio, a troca de tiros assustou moradores, que relataram tiros nas redes sociais. Segundo a PM, Adriano de Souza da Silva morreu e Paulo César de Oliveira ficou ferido e foi socorrido no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Nesta manhã, a segurança estava reforçada no Alemão, Conjunto de Favelas da Penha e na Maré, que registraram confrontos desde o início da semana.

Durante a madrugada desta quarta no Alemão, quatro policiais tiveram difculdade de sair de uma localidade conhecida como beco 24 Horas, perto da Rua do Canitar. Homens do Grupamento de Ações Táticas (Gate) e Carros blindados da PM foram acionados para resgatar os agentes. Segundo a PM, pelo menos oito ataques foram registrados no conjunto de favelas desde o início da semana. 

Também durante a noite, uma troca de tiros foi registrada no Morro da Mangueira, Zona Norte do Rio. Segundo a PM, o confronto ocorreu entre traficantes de quadrilhas rivais. Apesar dos tiros, ninguém ficou ferido. Um morador gravou o momento em que uma sequência de tiros foi disparada na comunidade. Os disparos ocorreram na parte alto do morro, conhecida como favela do Telégrafo, e depois se repetiu em outras áreas da Mangueira.

Mais cedo, na tarde desta quarta, policiais que estavam em patrulhamento de rotina no local encontraram drogas, armas e munição na laje de uma casa. Mais de 200 papelotes de cocaína, uma pistola, munição, 16 carregadores para fuzil e um rádio-transmissor foram apreendidos. Um caderno com anotações do tráfico também foi levado pelos PMs.

Rocinha
Policiais que faziam um patrulhamento de rotina, na madrugada desta quinta-feira (2), na localidade conhecida como Vila Verde na comunidade da Rocinha, foram recebidos a tiros por criminosos. Houve troca de tiros, mas não foram registrados feridos, segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP).

Reunião com cúpula
O governador Luiz Fernando Pezão convocou o secretário de Segurança José Mariano Beltrame e a cúpula de Segurança do Rio de Janeiro para discutir os atos criminosos registrados na capital desde terça-feira (30). De acordo com a Secretaria de Estado de Governo (Segov), a reunião acontecerá nesta quinta no Centro Integrado de Comando e Controle, Centro do Rio.

Quarta de confrontos
A quarta feira (1º) foi marcada por confrontos entre a Polícia Militar e traficantes em pelo menos três comunidades na Zona Norte e Subúrbio do Rio. Cerca de 10 mil estudantes foram prejudicados com a suspensão de aulas por questões de segurança e a Avenida Brasil, uma das principais vias da cidade, chegou a ser fechada por quase uma hora durante confronto entre criminosos e militares do Exército.

Nos confrontos desta quarta duas pessoas morreram. A polícia informou que, nas proximidades da Vila do João, na Maré, o homem baleado tinha uma arma ao lado do corpo. Na Vila Cruzeiro, outro homem armado teria sido morto na quarta.

Tiros foram ouvidos e confrontos foram registrados na comunidade de Nova Brasília, no Alemão, no Conjunto de Favelas da Penha e no Conjunto Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio. No Complexo da Penha, objetos eram atirados contra as bases da UPP.

Em Niterói, ainda na noite de quarta-feira, um tiroteio deixou moradores assustados e um ônibus foi queimado por criminosos. Segundo a PM, a ação foi uma represália à morte de um suposto traficante durante operação policial na noite anterior.

Pânico no trânsito
A Avenida Brasil foi fechada por cerca de 40 minutos a partir das 14h40 desta quarta-feira (1º) por conta de um intenso tiroteio, segundo o Batalhão de Policiamento de Vias Expressas (BPVE). Tanto policiais do batalhão quanto agentes da Força de Pacificação da Maré foram acionados, e um tanque do Exército chegou a ser "estacionado" atravessado na Avenida Brasil, na altura da Fiocruz, sentido Zona Oeste, para impedir a passagem de motoristas. A troca de tiros teria começado por volta de 14h30.

Com medo, motoristas chegaram a dirigir na contramão para fugir do local. De acordo com a Fiocruz, funcionários de um prédio em frente ao castelo da fundação foram liberados com uma hora de antecedência, às 16h. O expediente normalmente vai até 17h. A assessoria de imprensa da Fiocruz também negou que o local tenha sido invadido por traficantes ou acertado por tiros. Conforme relatos de funcionários, quando há confronto próximo ao local, um alarme é acionado e a segurança é reforçada.

Às 15h40, segundo o Centro de Operações da Prefeitura, a via já estava liberada.

Sem aulas
Por causa de outros confrontos na cidade, cerca de 10 mil alunos da rede municipal ficaram sem aula na Zona Norte do Rio também nesta quarta. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, no Conjunto de Favelas da Maré, seis escolas municipais, três creches e um espaço de desenvolvimento infantil totalizaram 6.840 alunos longe das salas de aula.

Na Vila Cruzeiro, foram 3.010 alunos de quatro escolas ficaram prejudicados. No Parque Proletário, mais de 1 mil alunos de duas escolas da localidade não puderam assistir às aulas.

 

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