Após morte por picada de escorpião, médicos em MS fazem alerta

Com o aparecimento de escorpiões da espécie Serrulatus, em Campo Grande, moradores devem ter cuidado redobrado para evitar acidentes com esses animais peçonhentos por meio de cuidados básicos. Nesta quinta-feira (27), uma menina de 3 anos morreu no Hospital Regional da cidade, um dia após ter sido picada por um aracnídeo desse tipo. Segundo o médico Sandro Benites, responsável clínico pelo Centro de Vigilância em Toxicologia (Civitox), a conduta nos casos de acidentes com escorpiões deveria mudar após o primeiro acidente grave com animais dessa espécie. Ele afirma que foi o primeiro que resultou em morte, mas já foram registrados semelhantes na cidade.

Benites recomenda algumas alterações. “Seis horas de observação, no mínimo, num caso leve, em uma unidade de saúde, seja qual for o escorpião. Casos moderados a graves, unidade de terapia intensiva e soroterapia", explica o médico. “Se a criança intoxicada sofreu um acidente por escorpião, apresentou náusea ou vômito, ela tem que receber soroterapia imediatamente”.

Segundo ele, sintomas como ânsia de vômito, podem indicar que o veneno já não está somente no local da picada e já se espalhou pelo corpo.

Dicas

A bióloga Sílvia do Carmo, do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Campo Grande, explica que a primeira medida que os moradores devem ter para evitar o contato com escorpiões é manter os quintais e áreas externas limpos, principalmente sem entulhos, pois são os locais onde esses aracnídeos se alojam.

Dentro de casa, segundo ela, banheiro, cozinha, área de serviço, onde existam pias e ralos, também são usados como esconderijo por esses animais. Uma dica prática é instalar telas em locais de escoamento de água e higienizar o local com água sanitária, que serve como repelente para os bichos peçonhentos.

O médico Sando Benites acrescenta, ainda, que uso de inseticidas não é recomendado para eliminar escorpiões, pois, além de não fazerem efeito, os deixam mais agitados.