Alguns brasileiros que não aprovaram a vitória de Dilma Rousseff (PT) nas últimas eleições não se contentaram em reclamar, manifestar preconceito contra nordestinos e colocar fotos com a palavra "luto" em seus perfis das redes sociais. Parte desses eleitores que se dizem "indignados" com a reeleição da presidente tem defendido até mesmo que o período em que os militares estiveram no poder foi melhor para o País que o governo do PT.
No Facebook, por exemplo, a página do Exército Brasileiro está recebendo, desde segunda-feira, pedidos públicos de "socorro" de internautas que defendem a imediata intervenção militar. Além de postar comentários com as letras "SOS" (sinal usado em situações de emergência), eles exigem que a instituição se manifeste e "nos livre do PT antes que instaurem o comunismo".
"Cadê vocês? Estão a favor do povo ou contra? Até quando vamos ter que conviver com a corrupção? Por que não fazem nada? Vocês são cúmplices? Não vão manifestar contra a corrupção? Por quê? Por quê?", questionou um. "E o dia de derrubar o PT quando vai ser? Estamos sendo divididos e os senhores nem sequer um pio dão, quanto mais um pronunciamento à nação. Acordem", completou outro. "Nos livre do PT antes que eles instaurem o comunismo", pediu um terceiro. "Socorrooo salvem o País, todo sabemos que essa eleição foi uma fraude", finalizou uma mulher, usando a hashtag #IntervençãoMilitarJá.
Entre um comentário e outro, os que discordam da maioria que se pronunciou na página se mostraram "assustados" com a defesa de uma época em que a população comprovadamente convivia com torturas e assassinatos.
"Ainda nesse negócio de golpe militar? Não se conformaram. Ficam querendo golpe militar, mas não viveram a época da ditadura na pele. Se soubessem o que é um golpe militar, nunca falariam essa bobagem", desabafou um deles.
Nas décadas de 1960 e 1970, Dilma Rousseff fez parte de grupos militantes que lutaram contra a ditadura. Ela, inclusive, chegou a ser presa e torturada por agentes do governo. Em 2011, no início de seu primeiro mandato, a presidente sancionou a lei que instituiu a Comissão Nacional da Verdade, que tem como objetivo investigar crimes e violações de direitos humanos cometidos pelo Estado entre 1946 e 1988.
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